A região em torno do alto e médio rio Piracicaba concentra um grande número de empresas de mineração. O teor de óxidos de ferro nos sedimentos do leito do rio foi analisado com o objetivo de estabelecer uma correlação entre o acúmulo de sedimento sobre o leito do rio e as atividades mineiras da região. Vinte e uma amostras foram analisadas por difração de Raios-X, separação magnética, PPC (perda de massa por calcinação) e tiveram sua composição granulométrica determinada. Aquelas amostras de trechos próximos à cabeceira do rio, recebendo a contribuição de afluentes que drenam áreas de mineração, apresentaram os maiores teores de minerais de ferro. Nestes pontos as concentrações de hematita foram cerca de quatro vezes superiores aos valores médios encontrados na extensão do rio estudada. Dois outros pontos que apresentaram concentrações elevadas de óxidos, recebem através da rede de drenagem a contribuição de afluentes ricos em produtos da erosão de itabiritos de uma região de relevo acidentado. 

O processo de urbanização ocorrido nos últimos tempos vem trazendo mudanças no ciclo hidrológico, levando os sistemas clássicos de
drenagem urbana a operarem em seus limites e com uma freqüente ocorrência de falhas. Para atenuar esses efeitos, estão sendo desenvolvidas técnicas alternativas de drenagem urbana, que se baseiam, principalmente, na retenção e na infiltração das águas precipitadas. Assim, tendo em vista as diferentes possibilidades de concepção de sistemas de drenagem atualmente disponíveis, tornou-se importante a comparação da eficiência técnica, ambiental e social dos diversos arranjos de projeto possíveis para a drenagem de uma área. O presente trabalho tem como objetivo principal a proposição de indicadores para a avaliação de sistemas de drenagem urbana. Estes indicadores foram aplicados e verificados, por meio de dois métodos de análise multicritério, o Electre III e o Programação de Compromisso, em três estudos de caso, para áreas escolhidas cujos projetos de drenagem incluíam arranjos bastante diversos com a utilização de sistemas clássicos, intermediários e alternativos. Uma conclusão importante desse trabalho foi a constatação da melhor performance dos sistemas dotados de técnicas alternativas ao incluirem na análise os aspectos ambientais, sanitários e sociais, além dos aspectos hidráulicos e hidrológicos usualmente empregados.  

O presente trabalho faz parte dos estudos inseridos no plano de ações e gestão integrada para o Complexo Estuarino-Lagunar Mundaú/ Manguaba (CELMM), localizado a sudeste da cidade de Maceió no Estado de Alagoas, imprescindível para o desenvolvimento de um programa estratégico de intervenção na região de abrangência do CELMM, com a definição de medidas estruturais e não-estruturais e do
arranjo institucional necessário para que as ações possam ser efetivamente implementadas. Este trabalho tem o objetivo de analisar uma proposta de dragagem através da simulação de um modelo numérico hidrodinâmico bidimensional. A realização desta obra de engenharia tem o intuito de possibilitar uma troca maior de água entre o continente e o oceano, resolvendo parcialmente o problema de hidrodinâmica, possibilitando certa limpeza do estuário. Como resultados preliminares desta implementação podemos ressaltar o aumento do prisma de marés, bem como, do fluxo de massa. 

Utilizou-se o modelo hidrológico TOPMODEL, baseado em aspectos físicos e topográficos, em uma das três microbacias do Laboratório
de Hidrologia Florestal Eng. Agr. Walter Emmerich, do Instituto Florestal/SP. O modelo usa um índice topográfico que indica as áreas de
contribuição para o deflúvio da microbacia e permite simular a vazão e analisar o comportamento hidrológico da microbacia. A primeira parte do
trabalho buscou determinar os valores iniciais dos parâmetros de calibração, testar a validade das premissas do modelo, e, principalmente, compreender melhor o funcionamento hidrológico da bacia D. Os resultados indicam uma eficiência maior para as simulações de eventos isolados do que para as de períodos longos. A simulação do comportamento hidrológico em função do corte raso mostrou uma diminuição do tempo de pico e um aumento significativo do volume de vazão simulado: de 17 % a 44 %, em comparação a bacia D coberta com floresta. Mostram, também, que de 7 % a 93 % do deflúvio é gerado a partir das áreas variáveis de afluência (A.V.A.). 

Resíduos de agroquímicos organoclorados foram monitorados em sedimentos de superfície dos seguintes rios: Chopim e seus afluentes;
Caldeiras, Bandeira e Lontras, todos localizados no Município de Palmas ? PR. Os agroquímicos organoclorados em estudo nas amostras de
água foram extraídos com o auxilio de colunas BAKERBOND SPE octadecil C18 em um LICHROLUT. Os extratos foram analisados por
cromatografia gasosa com detector de espectrometria de massa. Oito agroquímicos organoclorados: BHC, aldrin, heptacloro-epóxido, clorodano, isoclorodano,
endrin, DDT e metóxicloro foram encontrados nas amostras de águas. Os rios Bandeira e Lontras foram os que apresentaram os
menores teores. No rio Caldeiras, responsável pelo abastecimento público de águas do município de Palmas, foi encontrado o aldrin em quantidades três vezes superiores ao permitido na legislação. BHC foi encontrado em concentrações abaixo dos valores máximos preconizados na Resolução 20/86 do Conselho Nacional do Meio Ambiente - CONAMA para águas. DDT, aldrin, heptacloro-epóxido e o metóxicloro foram encontrados nas águas em concentrações mais elevadas em apenas alguns pontos enquanto o clorodano e seu isômero foram encontrados em baixas concentrações ao longo dos pontos pesquisados. 

Este trabalho é parte de um projeto de pesquisa que pretende examinar os impactos da variabilidade espacial e temporal da precipitação, do solo e da topografia na resposta do balanço hídrico de uma bacia hidrográfica. Atualmente, grande parte das técnicas usadas para análise de bacias hidrográficas deriva de parâmetros fisiográficos e utiliza como ferramenta os ?Softwares? de Sistema de Informações Geográficas (SIG). Apesar de serem recentes, essas técnicas são enfadonhas, custam caro e consomem muito tempo. Em muitos casos são limitadas, por obterem parâmetros em apenas um nível de detalhe ou escala. Como alternativa, aqui é utilizado o modelo de análise digital de terreno denominado TOPAZ (em inglês, TOpographic PArameteriZation) para obter os parâmetros fisiográficos, necessários à maioria dos modelos hidrológicos. Os resultados mostram que a bacia hidrográfica do açude Epitácio Pessoa possui doze sub-bacias com áreas maiores ou iguais a 4000 ha e comprimento mínimo de rio de 50 km. Este estudo revelou ainda que o terreno apresenta alta predominância na faixa de 0 a 2% de declividade, abrangendo quase toda a bacia hidrográfica. Nas faixas superiores a 20%, ocorrem áreas espacialmente dispersas em pequenas porções da bacia. Á área da bacia hidrográfica em estudo é de aproximadamente 1089990 hectares. A direção do escoamento superficial se dá, em sua maioria entre 300 a 3600 e de 0 a 90º. O programa TOPAZ mostrou-se uma ótima ferramenta alternativa para extração das características físicas da bacia hidrográfica em estudo.  

Resíduos de agroquímicos organoclorados foram monitorados em sedimentos de superfície dos seguintes rios: Chopim e seus afluentes;
Caldeiras, Bandeira e Lontras, todos localizados no Município de Palmas ? PR. Os agroquímicos organoclorados em estudo, foram extraídos a
partir dos sedimentos de superfície usando um extrator SOXHLET. Os extratos foram analisados por cromatografia gasosa com detector de
espectrometria de massa. Oito agroquímicos organoclorados: BHC, aldrin, heptacloro-epóxido, clorodano, iso-clorodano, endrin, DDT e metóxicloro foram encontrados nas amostras de sedimentos de superfície. O BHC e o clorodano foram detectados em 80% das amostras. Altas concentrações de DDT, acima de 0,205 mg/L foram detectadas em vários pontos. O heptacloro-epóxido, o endrin e o metóxicloro aparecem com menor freqüência. A presença de aldrin na amostra localizada acima da captação de água para fins de abastecimento da população de Palmas, representa um risco toxicológico grande. 

A crescente demanda do mercado internacional por camarão, a especulação imobiliária no litoral, o adensamento das fazendas nos estuários, comprometendo a preservação dos manguezais, e a adaptação da espécie Litopenaeus vannamei a águas com baixa salinidade (cerca de 0,5 ?) têm instigado o desenvolvimento da carcinicultura no interior do Brasil e, em especial, no Ceará. Este trabalho tem como objetivo analisar o perfil dos produtores de camarão em operação em águas interiores da bacia do Baixo Jaguaribe, Estado do Ceará. Para tanto, foram aplicados questionários junto aos produtores e levantadas as coordenadas geográficas de cada fazenda ao longo do trecho do Rio Jaguaribe, compreendido entre a barragem do açude Castanhão e a barragem de Itaiçaba. No levantamento de campo, realizado entre fevereiro e julho de 2003, foram identificadas 36 fazendas de camarão, compreendendo uma área de 420,34 ha, nos municípios de Quixeré, Russas, Jaguaruana e Itaiçaba. Considerando as 32 fazendas analisadas, verificou-se que elas são responsáveis pela geração de 201 empregos diretos na região, numa média de 0,6 empregos/ha. A produtividade média estimada dessas fazendas é de 3.547 kg/ha. Para que a criação de camarão em águas interiores seja sustentável a longo prazo, é necessário fomentar pesquisas relacionadas à avaliação da capacidade de suporte dos Rios para diluição da carga poluidora e atendimento à elevada necessidade hídrica da atividade, ao desenvolvimento de sistemas de recirculação e reúso de água, além de estudos sobre técnicas de aclimatação e alimentação dos camarões em ambientes de baixa salinidade e controle de pragas. 

Apesar do relativo sucesso de alguns programas de conservação de água e solo no Brasil nos últimos 20 anos, eles não consideraram explicitamente, em seu dimensionamento, os benefícios ?off-site? relativos ao controle da poluição difusa, nem sua compensação, por parte dos beneficiários. Partindo deste fato, bem como das novas tendências mundiais em programas agro-ambientais, a Agência Nacional de Águas- ANA desenvolveu um projeto de conservação de mananciais estratégicos, onde incentivos financeiros, proporcionais aos benefícios relativos ao abatimento da sedimentação, são propostos. Uma vez que a estimativa do abatimento da sedimentação não é um processo trivial, ele foi emulado através de uma simplificação da Equação Universal de Perda de Solo-USLE, em nível de propriedade. De forma a não caracterizar os incentivos como uma forma de subsídio, esses consideraram os custos de implantação das práticas conservacionistas. A simplicidade e robustez da metodologia proposta, bem como a facilidade de sua certificação em nível de campo, permitem que ela seja aplicada de forma descentralizada, por comitês de bacia ou associações de usuários de água e produtores rurais. Assim, uma vez atingidos os critérios técnicos e operacionais do Programa, os produtores participantes seriam certificados com um selo ambiental, o qual poderia ser usado para o recebimento do bônus correspondente. Os aspectos teóricos e metodológicos deste programa, intitulado ?Produtor de Água?, são apresentados neste trabalho. Em um outro artigo, companheiro deste (Chaves et al., 2004), um exemplo da aplicação do método proposto a uma bacia rural é apresentado.  

O presente trabalho engloba a avaliação dos condicionantes do processo erosivo em uma determinada bacia de drenagem em ambiente urbano e a análise de susceptibilidade à erosão de diferentes parcelas da bacia, identificadas em função de sua baixa heterogeneidade em termos de variáveis do meio físico. O critério básico de zoneamento das unidades do meio físico foi a geomorfologia, através do uso da técnica de avaliação do terreno. A área escolhida compreende a Bacia do Córrego Prosa, Município de Campo Grande ? MS, a qual foi selecionada por se tratar de área urbana com urbanização acelerada e que, em função das características do meio físico local e dos efeitos da ocupação humana, tem apresentado significativos processos erosivos. Para bem caracterizar os condicionantes do processo erosivo na área efetuou-se o levantamento dos atributos do meio físico (geologia e geomorfologia) e as características da ocupação humana. Para o levantamento, ordenação e classificação dos atributos e análise de susceptibilidade lançou-se mão do mapeamento geotécnico, segundo metodologia de Zuquette (1987 e 1993a) e para o zoneamento das unidades do meio físico foi usada a técnica de avaliação do terreno, segundo sistemática proposta por Lollo (1996). Os resultados foram representados na forma de mapas produzidos na escala 1:15.000, tanto para os atributos como para a carta de susceptibilidade. Os atributos considerados foram substrato rochoso, materiais inconsolidados, declividade do terreno, landforms (levantados até o nível hierárquico elemento de terreno), e ocupação humana. Esses atributos foram classificados e sobrepostos de forma a gerar a carta interpretativa final (Carta de Susceptibilidade). O uso da geomorfologia, através da técnica de avaliação do terreno mostrou-se altamente eficaz como ferramenta de delimitação de unidades do meio físico em termos de seu potencial de desenvolvimento de processos erosivos.