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Fernanda Martineli Costa, Luis De Almeida Prado Bacellar
Os meios hídricos subterrâneos e superficiais ocorrem em interação dinâmica e com interferências mútuas. Tal interconexão é a base dos métodos indiretos de caracterização hidrogeológica que permitem aferir características do aquífero a partir do conhecimento de sua contribuição para o meio superficial - fluxo de base -, que é determinado a partir do tratamento de séries fluviométricas. Os índices obtidos deste tratamento - volume total do fluxo de base e sua taxa de decaimento ou coeficiente de recessão - são, tradicionalmente, determinados pelo método de Barnes. Neste trabalho são apresentadas as técnicas alternativas de obtenção destes índices: smoothed minima, matching strip e correlation, que apresentam a vantagem de permitir trabalhar com séries fluviométricas relativamente curtas e descontínuas. Para tanto, foram analisados dados de nove microbacias de drenagem e de duas bacias maiores com um e com três anos de monitoramento, respectivamente. Todas se localizam no Quadrilátero Ferrífero (MG) e estão estruturadas em rochas ígneas e metamórficas. Os resultados encontrados, especialmente com as técnicas matching strip e smoothed minima, foram coerentes com os obtidos pelo método de Barnes e também com as interpretações das características hidroquímicas da água nas microbacias. Conclui-se, portanto, que as técnicas estudadas podem fornecer informações importantes e confiáveis sobre as condições dos aquíferos a partir de dados de fácil aquisição e de baixo custo, contribuindo para caracterização hidrogeológica de regiões com poucas informações subterrâneas. 
 
Edson Cezar Wendland, Jorge Rabelo
Os modelos de fluxo de águas subterrâneas compõem, cada vez mais, a metodologia de trabalho visando quantificar os processos físicos em sistemas aqüíferos e prever seu comportamento a partir de cenários de interesse. A fundamentação teórica para aplicar tal metodologia inclui formular adequadamente um modelo conceitual e selecionar parâmetros hidráulicos para descrever a variabilidade espacial e temporal do fluxo e do nível potenciométrico no domínio estudado. Neste artigo foram levantadas as fontes de erro mais comuns na definição das unidades hidroestratigráficas, na preparação do balanço hídrico e na definição do sistema de fluxo. No desenvolvimento do modelo numérico foram discutidas as incertezas referentes à aplicação de condições de contorno, erros decorrentes da discretização geométrica e temporal do modelo, bem como da solução numérica das equações governantes. Fontes de incertezas discutidas no texto foram exemplificadas sob o contexto do Sistema Aqüífero Guarani (SAG). 
 
Aline Maria Meiguins De Lima, Fábio Monteiro Cruz, Luciana Miranda Cavalcante, Luciene Mota De Leão Chaves, Manoel Imbiriba Junior, Verônica Jussara Costa Santos
A gestão da oferta hídrica na Região Amazônica está diretamente associada aos usos múltiplos das águas e seu reflexo sobre as condicionantes ambientais. A identificação das áreas de maior vulnerabilidade e as necessárias ao monitoramento são condicionantes fundamentais para garantia da água em quantidade e qualidade a médio e longo prazos. Os resultados obtidos mostraram o quanto é necessária a gestão preventiva das águas no Pará. As Macro-Regiões Hidrográficas do Tocantins-Araguaia e da Costa Atlântica-Nordeste já enfrentam uma alta pressão sobre os recursos hídricos; e a do Tapajós, por apresentar um cenário crescente de intervenções, pode futuramente demandar por ações de maior controle sobre suas águas. 
 
Maurici Luiza Charnevski Del Monego, Patrícia Ramos, Mario Valente Neves
O principal objetivo deste estudo foi analisar a aplicabilidade da modelagem geoestatística para a avaliação do impacto ambiental de descargas de águas residuais provenientes de emissários submarinos. O conjunto de dados foi obtido em uma campanha de monitoramento ao emissário submarino de S. Jacinto, localizado na região de Aveiro na costa oeste de Portugal. Os dados foram recolhidos na vizinhança da descarga utilizando um Veículo Submarino Autônomo (VSA). O estimador clássico de Matheron foi utilizado no cálculo do semivariograma experimental, e este foi ajustado aos modelos teóricos esférico, exponencial e gaussiano. A técnica de validação cruzada sugeriu o modelo mais adequado e a krigeagem ordinária foi utilizada para obter as estimativas de salinidade em pontos não amostrados. O mapa estimado por krigeagem mostra claramente a dispersão da pluma na área estudada, indicando que o efluente não atingiu as praias mais próximas. Este estudo sugere que uma estratégia para o VSA otimizada, sob o ponto de vista da geoestatística, poderá proporcionar melhores estimativas em relação a outros métodos de interpolação que não fornecem os erros associados às estimativas, por exemplo, Ponderação do Inverso das Distâncias (IDW), Polinomial Global, Polinomial Local, entre outros. Além disso, uma vez que medidas precisas de diluição de plumas são raras, estes estudos poderão ser muito úteis, no futuro, para a validação de modelos de dispersão. 
 
Marcelo Carvalho Dos Santos Cunha, Claudio Freitas Neves, Ada Cristina Scudelari
A ação do vento sobre o espelho d’água de viveiros de camarão em geral é considerada como benéfica para esta atividade pois favorece a oxigenação da água. Porém, as ondas de curto período, geradas nesta situação, são muito esbeltas, fortemente não lineares e geralmente são refletidas pelas margens e amplificadas. Dependendo da lâmina d’água, associada à fase em que se encontra a criação ou a despesca, as ondas induzem tensões críticas no fundo que ressuspendem os sedimentos, eventualmente provocam excessivo estresse nos camarões e acabam prejudicando a produção. Utilizando métodos de previsão de ondas em águas restritas, fazem-se estimativas de altura e período, calculam-se as tensões no fundo associadas a tais ondas para fundos de areia fina e silte, em 3 condições típicas de lâmina d’água encontradas em viveiros de camarão no Nordeste brasileiro. Verifica-se a influência da extensão do viveiro (pista de ação do vento) para a formação da onda. 
 
Rafael Da Rocha Ribeiro, Jefferson Cardia Simões, Norberto Dani, Jorge Arigony Neto, Edson Ramirez
Este estudo avaliou por técnicas de sensoriamento remoto, a cobertura de gelo nos Andes Bolianos em uma área piloto (cordilheira Três Cruces, localizada entre 67º22--67º32-W e 16º47--16º09-S). Foram examinadas as antigas posições frontais de algumas geleiras dessa cordilheira, pela análise de imagens satelitais, dados cartográficos, e pelo cálculo de mudança na espessura do gelo (diferenças de volume e elevação). O monitoramento foi efetuado entre os anos de 1975 e 2004 (29 anos) nas geleiras: Jankho Loma, San Enrique, Laramkkota, Malla Chuma, Campanani, Jacha Pacuni e c5250. No geral, a partir de 1975, as frentes das geleiras diminuíram em todas as direções, as retrações máximas e mínimas das frentes de gelo foram de 437 m (Laramkkota) e 181 m (San Enrique). O recuo médio das sete geleiras estudadas foi de aproximadamente 12m a-1. Nas áreas cobertas por gelo na cordilheira, em média, ocorreu uma redução de 18% em 29 anos, ou seja, aproximadamente - 0,009 km2 a-1. Neste período a geleira c5250 foi a que teve a maior perda relativa (cerca de 50% de sua área). Por outro lado, a geleira Campanani, de maior superfície, foi a que perdeu proporcionalmente menor área (6% do total). A análise dos modelos digitais de elevação indicou redução geral no volume de gelo durante o período, apresentando uma perda média de aproximadamente 1,55 m equivalente água a-1. A retração das massas glaciais da cordilheira Tres Cruces é consistente com o aquecimento atmosférico regional e com a redução generalizada das geleiras nos Trópicos. 
 
Alexandre Barreto Costa, Maria Do Rosário Zucchi, Antonio Expedito Gomes De Azevedo, Aderval Barros Da Silva, Andrea Sousa Fontes, Christian Pereira Lopes Dos Santos
Neste trabalho foram medidas as razões isotópicas 18O/16O e D/H e a condutividade elétrica, em amostras de água dos reservatórios de França e de São José do Jacuípe, localizados na sub-bacia do Rio Jacuípe, amostradas em outubro (2003), junho (2004), setembro (2004) e março (2005) em vários pontos do lago das barragens. Os resultados mostraram que o reservatório de França apresenta uma composição isotópica espacialmente homogênea, variando ao longo do tempo, exceto por um ponto onde a variação é de pequena amplitude, tendo como possível causa a surgência de água subterrânea. Os resultados do reservatório de São José mostraram uma grande variação espacial, indicando uma maior heterogeneidade na composição isotópica dessa barragem em cada amostragem. Os valores isotópicos locados no diagrama -D x -18O se distribuem em torno de retas com coeficientes angulares menores que o da linha meteórica global. Os coeficientes angulares dessas retas são muito próximos, indicando semelhanças nos processos de evaporação e do efeito do fracionamento cinético no enriquecimento isotópico da água dos reservatórios, correspondente a uma temperatura média de 25 ºC e de 75 % de umidade relativa do ar. Baseado na variação isotópica observada no reservatório de França entre as amostragens de junho e setembro de 2004, período em que a precipitação foi desprezível, foi calculado uma taxa de evaporação de 3,7 ± 0,7 mm/dia. As boas correlações entre os valores de condutividade e os valores de -18O mostraram que o processo de evaporação tem uma contribuição importante na salinização do reservatório do França. Para o reservatório de São José não existe boa correlação entre estes parâmetros, indicando que além do processo de evaporação o afluxo de água salina tem uma contribuição na salinização desse reservatório. 
 
Fernando Dornelles, Rutinéia Tassi, Joel Avruch Goldenfum
Tem havido no Brasil diversas iniciativas que apontam para a regulamentação e incentivo ao aproveitamento de águas de chuva (AAC), para usos residenciais e industriais. No entanto, questões técnicas ainda devem ser mais bem estudadas, dado que, para o adequado funcionamento do sistema, a capacidade de reservação é fundamental e, para tal, deve ser dimensionada com base na avaliação do nível de atendimento à demanda e eficiência. Visando obter uma ferramenta prática de auxilio à estimativa de desempenho de sistemas de AAC, a metodologia deste trabalho propôs a introdução de um coeficiente de redução (Rd) da precipitação média anual, de maneira a evitar o comportamento deficitário do reservatório. A partir das determinações das áreas de captação, e os Rd-s para 16 postos pluviométricos de diversas regiões brasileiras, foram calculados os volumes de reservação por meio de 6 diferentes métodos, contendo, nesta seleção, métodos empíricos, probabilísticos e de simulação. As áreas de captação necessárias, obtidas com os Rd-s, definidos para cada posto, puderam ser bem ajustadas em função da precipitação. Os volumes obtidos mostram que existe uma grande dispersão de resultados para os diferentes métodos, sendo o método por simulação o que apresentou os maiores volumes, e o com menores volumes foi o Método Prático Alemão. Para nenhum dos postos foi possível obter aproveitamento total da chuva captada, sendo o melhor resultado obtido ~87%. O reordenamento da série de chuvas mostrou ter influência significativa nos resultados, evidenciando a recomendação para o uso do método de Monte Carlo. 
 
Gladstone Rodrigues Alexandre, Márcio Benedito Baptista, Mauro Da Cunha Naghettini
Os sistemas de recursos hídricos são projetados, usualmente, a partir da suposição de que a sequência temporal de dados hidrológicos, de vazão ou de precipitação, seja estatisticamente estacionária. Entretanto, tal suposição pode não ser verificada quando são considerados aspectos como a mudança do uso do solo, variabilidade e mudança climática, etc. Nestes casos, os projetos baseados na estacionariedade dos eventos hidrológicos devem ser revistos, com o intuito de verificar os possíveis impactos destas alterações nas condições operacionais dos sistemas hidráulicos locais. Neste contexto, potencializado pelas intensas polêmicas e controvérsias relativas a possíveis mudanças climáticas, o presente artigo faz uso de testes estatísticos, paramétricos e não paramétricos, para detecção de eventuais tendências do regime de chuvas na Região Metropolitana de Belo Horizonte. Para essa análise foram coletados e estudados dados de 20 estações, com séries de 51 a 149 anos, em quatro conjuntos de séries de precipitação: totais anuais, totais trimestrais, totais semestrais e totais mensais máximos anuais. Antes da utilização dos testes estatísticos, foram construídos, para os quatro conjuntos de série, gráficos temporais, de média e mediana móveis de 10 anos, regressões lineares e do tipo LOWESS (Locally Weighted Scatterplot Smoothing), e gráficos RAPS (Rescaled Adjusted Partial Sums), com o objetivo de auxiliar o entendimento da variabilidade intrínseca aos dados e identificar visualmente possíveis tendências ou eventuais mudanças abruptas nas séries. Na sequência, os dados foram analisados estatisticamente a partir do software TREND, desenvolvido pelo centro australiano CRCCH (Cooperative Research Center for Catchment Hydrology), objetivando a identificação de tendências ou mudanças abruptas nas séries de precipitação da região. 
 
Marcus Aurélio Soares Cruz, Ronaldo Souza Resende, Julio Roberto Araujo De Amorim
A região semi-árida do Estado de Sergipe apresenta intensa busca por águas subterrâneas extraídas por poços tubulares públicos e privados, com predominância de uso para abastecimento doméstico, dessedentação de animais e irrigação. A ausência de informações organizadas sobre quantidade e qualidade das águas retiradas tem contribuído para a degradação deste recurso natural e gerado estagnação de atividades econômicas, dentre estas a agricultura irrigada, ainda muito incipiente nesta região e restrita a pequenas áreas familiares. A utilização das águas subterrâneas para fins agrícolas exige cuidados devido aos possíveis impactos relacionados às características físico-químicas da água de irrigação, que podem afetar o solo, as culturas, os sistemas de distribuição e os mananciais hídricos locais. Este estudo objetivou caracterizar a distribuição espacial de variáveis de qualidade da água de 252 poços tubulares, utilizando técnicas de geoprocessamento, que funcionem como indicadores dos potenciais riscos do uso deste recurso para irrigação. A qualidade da água de poços tubulares nesta região mostrou-se regular de um modo geral, com concentrações elevadas de sais, principalmente na sua porção centronoroeste, o que resultou na classificação de aproximadamente 75% das amostras com algum tipo de restrição para uso em irrigação. 
 
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ABRHidro - Associação Brasileira de Recursos Hídricos