Publicações
Busca em Artigos por:

 

AntÔnio Pereira MagalhÃes Junior, Frederico Wagner De Azevedo Lopes, Jose Aldo Alves Pereira
O desenvolvimento das atividades antrópicas sem um planejamento adequado tem proporcionado a degradação da qualidade das águas, comprometendo os diversos usos deste recurso natural e, especificamente, a sua utilização para fins recreacionais. Neste contexto, o município de Carrancas, localizado na região Sul do estado de Minas Gerais, possui uma série de atrativos naturais, como a presença de várias cachoeiras, dentre elas a Cachoeira da Fumaça, localizada na bacia do Ribeirão de Carrancas, a qual é bastante freqüentada por turistas. Entretanto, a destinação inadequada de efluentes tem causado a contaminação das águas, colocando em risco a população que entra em contato primário. Este trabalho teve por objetivo avaliar a qualidade físico-química e microbiológica das águas do Ribeirão de Carrancas, visando a investigação das condições locais de balneabilidade, especificamente da Cachoeira da Fumaça e a avaliação das intervenções antrópicas na bacia sobre a qualidade das águas. Os resultados obtidos demonstram uma degradação da qualidade das águas na bacia, especialmente proporcionada pelo lançamento de efluentes provenientes da área urbana, o que resulta no comprometimento da utilização das águas para fins recreacionais, oferecendo riscos aos banhistas. 
 
JoÃo Batista Gomes De Souza, Jose Antonio De Moura, Laudiceia Giacometti Lopes, Mary Rosa Rodrigues De Marchi
Os hormônios estrogênicos são esteróides produzidos naturalmente por humanos e animais, ou sintetizados para utilização como fármacos. Quando excretados e lançados no ambiente, apresentam atividade biológica em concentrações acima de 1 ng L-1. Em contra-partida, processos como biodegradação, fotólise e adsorção, contribuem para a remoção parcial dos hormônios liberados nas fontes de água. Há indícios que a exposição humana aos hormônios estrogênicos contribui com a redução da fertilidade masculina e com o aumento da incidência de câncer de mama. Para a biota, a principal conseqüência consiste na feminização de peixes machos e na redução do crescimento de plantas. Embora a eficiência dos tratamentos de água convencionais não tenha sido esclarecida totalmente, os tratamentos avançados demonstram remoção acima de 90%. Os processos de tratamento de esgoto apresentam diferentes eficiências para remoção destas substâncias. 
 
Carlos Eduardo Morelli Tucci, Walter Collischonn, Dante Gama Larentis
A gestão dos recursos hídricos envolve a avaliação dos cenários existente e planejados de ocupação da bacia hidrográfica, identificando e estimando os impactos das fontes difusas e pontuais de poluição, além dos efeitos de modificação do regime fluvial por obras hidráulicas. A referida avaliação se insere no planejamento dos recursos hídricos no nível de bacia hidrográfica, dentro de uma visão de comprometimento entre desenvolvimento e sustentabilidade. É apresentado um modelo hidrológico e de qualidade da água que permite a simulação de cenários de intervenção em bacias de grande porte. O modelo IPH-MGBq permite, a partir de dados de precipitação, o cálculo e a representação da variabilidade temporal da vazão e da concentração de OD, DBO, nitrogênio e fósforo totais e coliformes fecais ao longo da rede de drenagem. O modelo foi aplicado na bacia do rio Taquari-Antas no Rio Grande do Sul, com área aproximada de 26.000 km2, considerando os efeitos da agricultura, urbanização, cargas pontuais dos esgotos domésticos e industriais, além das barragens de energia elétrica previstas para serem construídas e em construção na bacia. Os resultados foram ajustados aos dados hidrológicos e de qualidade de água disponíveis para o cenário atual e o modelo foi utilizado para prognosticar cenários futuros das intervenções, com resultados adequados a este tipo de análise. 
 
Alessandra T. Villa Lopardo, Cristovão Vicente Scapulatempo Fernandes, Júlio César Rodrigues De Azevedo
Por muitas décadas, não foi possível medir diretamente a matéria orgânica ou o carbono orgânico. Os parâmetros DBO e DQO, ainda hoje, são as principais fontes de informação sobre a quantidade e a biodegradabilidade da matéria orgânica em efluentes e ecossistemas aquáticos. O surgimento de métodos capazes de mensurar o carbono orgânico e inorgânico em ecossistemas aquáticos, como o COT, permitiu uma quantificação mais precisa da matéria orgânica, possibilitando a utilização destes parâmetros como elementos-chave na compreensão e representação de ecossistemas aquáticos. Adicionalmente aos parâmetros quantitativos, métodos qualitativos ou semi-quantitativos como a espectroscopia na região do ultravioletavisível e de fluorescência, são capazes de fornecer indícios não apenas sobre a biodegradabilidade, mas sobre a composição da matéria orgânica através do grau de aromaticidade de seus constituintes. Este artigo visa consolidar conceitos relevantes para o entendimento de processos de degradação de corpos d-água, absolutamente indispensáveis no atual momento de consolidação dos instrumentos de gestão de Recursos Hídricos. 
 
Edson Cezar Wendland, Thiago Augusto Maziero
O presente trabalho apresenta uma avaliação quantitativa da recarga subterrânea no aqüífero freático de uma área intensamente urbanizada. Duas sub-bacias contíguas localizadas na região central do município de São Carlos - SP foram escolhidas como área de estudo. Os dados de nível freático foram coletados com freqüência semanal no período de 1 (um) ano hidrológico (fevereiro de 2004 a janeiro de 2005) em uma Rede de Monitoramento Permanente. Os métodos utilizados para a estimativa da recarga foram: Water Table Fluctuation (WTF) e Aproximação Darcyana com base na variação do nível freático, e o Balanço Hídrico, utilizando dados de três estações hidrometeorológicas localizadas no interior dos limites das bacias. A recarga média estimada pelos métodos indicados é da ordem de 16,5% da precipitação total no período considerado (1596,5 mm). Pontualmente, a taxa de recarga observada variou entre 1,2% e 59,6%, documentando a variabilidade e complexidade do processo de recarga em áreas urbanas. 
 
Alfredo Ribeiro Neto, Carlos Eduardo Morelli Tucci, Rui Carlos Vieira Da Silva, Walter Collischonn
A simulação hidrológica da transformação da precipitação em vazão através de um modelo hidrológico é utilizada na gestão dos recursos hídricos para dimensionamento, previsão e avaliação do comportamento dos processos, entre outros. As grandes bacias hidrográficas (> 10.000 km2) possuem os mais variados efeitos de clima, geologia e antrópicos. A Amazônia é uma região que sofre importantes impactos antrópicos devido à expansão do desenvolvimento econômico. O modelo de Grandes Bacias, denominado MGB-IPH, foi aplicado na bacia Amazônica com o intuito de avaliar seu potencial de uso nessa bacia. Diferentes fontes de dados hidrológicos foram testadas. Utilizaram-se dados de precipitação diária da rede hidrometeorológica da Agência Nacional de Águas (ANA) e de reanálises do NCEP/NCAR corrigidas pelo Center for Ocean Land Atmosphere (COLA). Para o cálculo da evapotranspiração, utilizaram-se informações climatológicas em nível mensal do International Satellite Land Surface Climatology Project (ISLSCP) e as provenientes das reanálises do NCEP/NCAR. O modelo foi aplicado na bacia do rio Madeira, um dos principais afluentes do rio Amazonas. Os resultados indicaram que a série de precipitação diária disponibilizada pelo COLA possui valores bastante próximos à série da ANA no período de 1979 a 1990. Na parte da bacia localizada fora do Brasil, a série de precipitação diária do COLA foi comparada com bases de dados que possuem série mensal. Em alguns pontos da bacia fez-se necessária a correção da precipitação utilizando-se essas mesmas bases. As simulações mostraram que o modelo reproduziu bem os processos hidrológicos, a despeito da limitação de informações hidrológicas na Amazônia. 
 
Carlos Eduardo Morelli Tucci, Marcus Aurélio Soares Cruz
O crescimento desordenado das cidades brasileiras tem gerado aumento na freqüência e magnitude das inundações, erosão e decaimento da qualidade da água. Estes efeitos decorrem do aumento considerável nas superfícies impermeáveis e canalização dos caminhos naturais do escoamento pluvial. No Brasil, os instrumentos reguladores do uso e ocupação do solo são geralmente reunidos no Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano, no entanto estes regulamentos apresentam grandes dificuldades de implementação, principalmente devido à necessidade de fiscalização por parte do poder público. Recentemente, algumas cidades brasileiras têm promovido a elaboração de seus Planos Diretores de Drenagem Urbana (PDDrU), buscando o planejamento de intervenções na drenagem urbana sob a ótica de bacia hidrográfica. Estes planos, de forma geral, realizam o diagnóstico do sistema de drenagem existente e propõem medidas de controle para os problemas detectados. Este artigo apresenta funções econômicas para o planejamento da drenagem obtidas em Porto Alegre e extrapola a análise visando identificar a estratégica econômica de implementação do Plano de Drenagem. 
 
Fernando Genz, Guilherme Camargo Lessa, Mauro Cirano
A afluência de água doce aos estuários, vital para o estabelecimento do ecossistema, tem sido amplamente alterada, seja em quantidade ou qualidade, pelas atividades humanas na bacia hidrográfica. Apesar destas alterações serem justificáveis, é necessário estar atento aos valores mínimos de vazão fluvial para evitar grandes deslocamentos no campo de salinidade médio e no zoneamento ecológico estuarino. O estudo de caso para a definição das vazões mínimas no estuário do Rio Paraguaçu/BA exemplifica o uso de uma abordagem que especifica a condição de salinidade a ser mantida em um determinado local de referência do estuário em função da descarga fluvial. Desde o início da operação da Barragem Pedra do Cavalo (1986), as mudanças na liberação das vazões mínimas resultaram em alterações no campo de salinidade. Inicialmente as alterações se deram por redução de vazões, ocasionando uma maior penetração salina ao longo do estuário. A adoção da vazão mínima de 11 m3/s (1997) levou a uma situação de penetração salina mais próxima à natural. No entanto, com a implantação da Usina Hidrelétrica em 2005 (165,3 MW), e a operação das turbinas entre 40 e 80 m³/s, as alterações impostas ao sistema estuarino passaram a ser então no sentido oposto, originando um recuo da penetração salina, devido ao aumento das vazões. Para que a condição de salinidade na Reserva Extrativista Marinha da Baía de Iguape não seja muito alterada, sugere-se que a geração contínua de energia seja feita com apenas uma turbina, procurando-se respeitar as vazões que entram no reservatório. A utilização de duas turbinas somente é recomendada durante a ocorrência de cheia. 
 
Ana Claudia Fischer, Luiz Silvio Scartazzini, Rubens Muller Kautzmann
Os recursos hídricos sofrem pressões cada vez maiores à medida em que aumentam as ações antrópicas sobre seu leito e margens. A necessidade de se definir a extensão da área de proteção dos mananciais e cursos das drenagens é urgente, garantindo sua preservação e uso sustentável. As funções das Áreas de Preservação Permanente - APPs, além de impedir a erosão e assoreamento dos rios, também estabelecem condições apropriadas à manutenção do volume de água e o desenvolvimento da biodiversidade. No presente trabalho são analisados alguns problemas decorrentes do estado atual da legislação sobre APPs em rios e apresentados alguns critérios que podem ser adotados para a definição destas áreas. São comparados cenários que delimitam a APP de acordo com o estabelecido pelos: Código Florestal Federal, Conselho Nacional de Meio Ambiente - CONAMA e a delimitação de acordo com os critérios propostos neste trabalho. Estes critérios delimitam a APP com base nas cotas máximas de cheias anuais, com largura variando de acordo com o tempo solicitado para operação da obra a ser licenciada, cuja medida é sistematizada através da distribuição de Gumbel. No estudo de caso, realizado em um trecho da margem direita do rio Caí, é feita a aplicação e a comparação das diferentes delimitações de APP obtidas através das três abordagens aplicadas, em função das cheias que ocorrem no local. Mostra-se que a delimitação proposta no trabalho permite proteger a área sensível a impactos de erosão e assoreamento, sem impedir o uso atual e projetado de atividades antrópicas. 
 
João Batista Dias De Paiva, Maria Do Carmo Cauduro Gastaldini, Nadia Bernardi Bonuma
O objetivo deste trabalho foi analisar a carga difusa gerada na bacia do Lageado Grande, no município de São Martinho da Serra - RS. Na bacia em estudo são desenvolvidas as atividades de agricultura e extração de pedras preciosas. As características de qualidade da água foram avaliadas através dos parâmetros: temperatura, turbidez, ST, SSt, SDt, SSf, SSv, condutividade elétrica, pH, alcalinidade, OD, DBO5, DQO, fosfato, nitrato, Al, Ca, Cu, Cr, Fe, Mg, Mn, Na, Zn, coliformes totais e coliformes termotolerantes. As amostras da água foram coletadas em onze campanhas de tempo seco e durante treze eventos de precipitação, em 2005. Os resultados indicam que houve aumento nos valores de condutividade elétrica, turbidez e sólidos, devido às atividades de garimpo. A média das Concentrações Médias dos Eventos (CME) foi de 479,47 mg/L para ST, 320,60 mg/L para SSt, 160,51 mg/L para SDt, 112,57 mg/L para SSv, 209,12 mg/L para SSf e de 64,68 UNT para a turbidez. As concentrações dos parâmetros apresentaram tendência em aumentar com o volume do escoamento superficial e com o total precipitado. Além disso, observou-se uma boa correlação entre os parâmetros sólidos suspensos e turbidez. Também foi avaliada a existência e natureza do fenômeno da carga de lavagem gerada pelo escoamento superficial na qualidade das águas da bacia. Foi verificada a ocorrência do fenômeno em mais de 50% dos eventos para os parâmetros sólidos. Os resultados indicam a influência da atividade de garimpo na qualidade da água do rio. Isso demonstra a necessidade de medidas de controle da poluição difusa na bacia do Lageado Grande. 
 
Página: 1  2  3  4  5  6  7  8  9  10  11  12  13  14  15  16  17  18  19  20  21  22  23  24  25  26  27  28  29  30  31  32  33  34  35  36  37  38  39  40  41  42  43  44  45  46  47  48  49  50  51  52  53  54  55  56  57  58  59  60  61  62  63  64  65  66  67  68  69  70  71  72  73  74  75  76  77  78  79  80  81  82  83  84  85  86  87  88  89  90  91  92  93  94  95  96  97  98  99  100  101  102  103  104  105  106  107  108  109  110  111  112  113  114  115  116  117  118  119  120  

PESQUISAR
Artigo:

 
Autor:

 

ABRHidro - Associação Brasileira de Recursos Hídricos