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W. C. Marques, O.o. Moller
A influência da descarga fluvial nos ambientes marinhos se manifesta em diversas escalas temporais, entretanto, em longas escalas de tempo tende a controlar o padrão residual do comportamento destes ecossistemas. Estudos da dinâmica da Lagoa dos Patos, situada no extremo sul do Brasil, são limitados a considerar o efeito do vento e da descarga fluvial em escalas de tempo sinóticas. Neste sentido, o objetivo do estudo é investigar a escala de variabilidade temporal dos processos dominantes em longo prazo na descarga fluvial e níveis de água da Lagoa dos Patos. Na realização do estudo foram utilizadas séries temporais de descarga fluvial, níveis de água e Índice de Oscilação Sul. Um modelo polinomial baseado no método de mínimos quadrados foi utilizado para re-construir séries de níveis de água e métodos de análise estatística foram empregados para a determinação dos principais ciclos de variabilidade e sua possível relação de causa e efeito nas variáveis analisadas. A análise das séries temporais sugere que em escalas de anos a descarga fluvial explica mais de 80% da variabilidade na porção lagunar da Lagoa dos Patos. A descarga fluvial dos principais rios afluentes e os níveis de águas na Lagoa dos Patos é influenciada em escalas interanuais (ciclos entre 3.3 e 5 anos) pelo El Niño Oscilação Sul. A descarga fluvial e os níveis de água na região seguem ainda um padrão de variabilidade temporal com escala decadal (ciclo de 10.8 anos) que pode ter estar associado a eventos de El Niño Oscilação Sul ou a outros processos oceânicos e atmosféricos de ordem climática em escalas globais. 
 
Eloy L. Melo, Fernanda A. Oliveira, Fernando Falco Pruski, Juliana C. Figueiredo, Renata Del Giudice Rodriguez
Expressivo esforço tem sido dedicado, na atualidade, à reconstituição de séries de vazões naturais. A vazão natural é obtida adicionando à vazão observada as vazões consumidas. Na bacia do Paracatu, o efeito das ações antrópicas promoveu o crescimento do consumo de água cerca de 11 vezes, nos últimos 27 anos. O objetivo do presente trabalho é avaliar o impacto do uso das vazões naturais em substituição às vazões observadas em algumas seções da bacia do Paracatu, para fins de estudos hidrológicos. Foram analisados os dados de vazão observada e natural de 21 estações fluviométricas para o período- base de 1976 a 2000. O impacto do uso de vazões naturais foi estimado para as vazões máxima, média de longa duração e mínimas (Q7,10; Q95 e Q90). Esse impacto está expresso neste trabalho como  (delta). Foi calculado o grau de correlação entre a área de drenagem da seção e seu respectivo delta. Foi avaliado o comportamento do delta frente à magnitude da vazão natural. Nas análises estatísticas foi utilizado o teste t de Student ( = 5%). O valor médio de  para a Qmax, Qmld ,Q90, Q95 e Q7,10 foi, respectivamente, de 0,01%, 0,66%, 4,26%, 5,45% e 5,76%. Todos os impactos foram considerados estatisticamente significativos a 5%.Os tipos de vazão de maior magnitude corresponderam aos menores valores de delta. Houve diferença estatística entre os deltas das vazões mínimas, média de longa duração e máxima. Não se constatou relação linear significativa entre o tamanho da área de drenagem e a magnitude do delta. O comportamento de delta em função da vazão natural seguiu um modelo potencial, com declividade negativa, apresentando um alto R2 (0,9842). Para fins de estudos hidrológicos na bacia do Paracatu, não constitui preocupação o uso das vazões naturais para a estimativa das vazões máximas e médias de longa duração; já no caso das vazões mínimas, deve-se ter certo cuidado, já que o impacto foi um pouco mais expressivo. 
 
Alberto De Freitas Castro Fonseca, Jose Francisco Do Padro Filho
Este artigo aborda o abastecimento doméstico de água em Ouro Preto, MG, durante o ciclo do ouro. Nesta época, ocorreu um dos mais relevantes episódios do gerenciamento dos recursos hídricos brasileiros no período colonial, no qual foi instaurado um primitivo sistema de licença de uso de águas, bem como uma legislação determinando a mineração como o uso prioritário. Neste contexto, procurou-se entender quais eram os problemas relacionados ao abastecimento de água na Vila e como o poder público local procurou solucioná-los. Os métodos utilizados na pesquisa contemplaram revisões bibliográficas, entrevistas, inspeções de campo e uma extensa consulta documental em arquivos públicos. As pesquisas comprovaram que a demanda por água durante o ciclo do ouro foi intensa não apenas nos serviços de mineração, mas também nos novos centros urbanos. No caso de Vila Rica, como era conhecida Ouro Preto na época, esta demanda se traduziu na construção de chafarizes públicos e particulares, na cobrança de taxas pela posse de água pública e na instauração de posturas urbanas coibindo irregularidades no uso da água. Alguns documentos pesquisados comprovam que ocorreram prisões e aplicações de multas devido ao descumprimento destas medidas. Foram identificados aspectos técnicos e culturais no sistema de abastecimento que se diferenciam dos observados nas cidades litorâneas da época. Passados quase três séculos, o sistema de abastecimento de águas de Ouro Preto ainda guarda muito das suas antigas características, tais como dezenas de pontos captação, falta de medição de consumo e problemas relacionados à quantidade e qualidade da água fornecida à população. Espera-se que as informações aqui geradas possam auxiliar o recém criado Serviço Municipal de Água e Esgotos de Ouro Preto e demais serviços gestores de saneamento a tomarem decisões mais conscientes das variáveis históricas e culturais relacionadas ao controle e uso da água. No caso de Ouro Preto, uma cidade considerada Patrimônio Cultural da Humanidade, tais variáveis são essenciais. 
 
Enner Herenio De Alcantara
O presente trabalho tem como objetivo analisar os processos de mistura no sistema estuarino do Rio Periá (MA) e zonear o sistema através da classificação de Kjerfve (1987). Foi utilizado o modelo matemático de Dyer e Taylor (1973), para analisar os processos de mistura. Para obtenção dos objetivos, a batimetria do sistema estuarino foi levantada, e com a mesma foram delimitados os limites atingidos pelas marés alta e baixa. Foram analisados, num padrão unidimensional: as salinidades e as concentrações e/ou frações de água doce nas marés alta e baixa; as taxas e os tempos de descarga; e os volumes de água doce retidos no estuário nas estofas de enchente e vazante. Foram obtidos os seguintes resultados: o volume de água no sistema possuiu um máximo de 64,96 * 106 m3e um mínimo 0,12 * 106 m3; o prisma de maré possui máximo 7,1 * 106 m3 e mínimo de 0,045 * 106 m3; a concentração de água doce foi maior na maré baixa (0,99 * 106 m3) do que na alta (0,91 * 106 m3); a concentração de sal foi sempre maior na maré alta do que na baixa, sendo o valor máximo de 34 ups e o mínimo de 0,34 ups; quanto ao volume de água retido nas estofas de maré baixa e alta, foi maior na estofa de vazante (5,36* 106 m3) do que na de enchente (1,12 * 106 m3); finalmente, os tempos de descarga apresentaram maior valor na maré alta (2 períodos de maré) e menor na maré baixa (1,24 períodos de maré). O estudo permite concluir que a salinidade e a descarga de água doce no sistema estuarino do Rio Periá são os fatores dominantes nos processos de mistura do mesmo. 
 
Edivaldo Lopes Thomaz
Este trabalho descreve o comportamento de solos em relação ao efeito da temperatura na repelência de água. Foram testados em laboratório dois solos (temperado-Canadá e tropical-Quênia). Os materiais foram submetidos a diferentes temperaturas: controle temperatura ambiente, 200oC, 300oC e 580oC. A metodologia utilizada para medir o grau de repelência foi o tempo WDPT (water drop penetration time). Os resultados indicaram que a temperatura afetou o tempo de penetração da gota de água em ambos os solos. Contudo, a resposta a repelência dos dois solos foi diferente. O solo temperado de textura arenosa (Swinton) tendeu a reduzir o tempo de penetração da gota de água de acordo com o aumento da temperatura. O solo de textura mais argilosa (Fluviossolo) apresentou aumento do tempo de penetração da gota de água à medida que a temperatura foi aumentando. A textura do solo pode ter influenciado a resposta dos materiais submetidos a diferentes temperaturas. A metodologia WDPT mostrou-se ser uma técnica simples, porém, eficiente para se detectar a repelência de água no solo. Este procedimento deverá ser aplicado em pesquisas futuras. 
 
Carlos Alberto Barbosa De Medeiros Gomes, Márcio Benedito Baptista, Nilo De Oliveira Nascimento
O crescimento das cidades tem demandado maiores investimentos aos sistemas de drenagem urbana. Diante disso, este artigo aborda uma forma de se conseguir recursos capazes de promover a auto-sustentação financeira dos sistemas de drenagem urbana. Essa forma se apresenta através da cobrança de uma taxa de drenagem, embasada na Lei 9.433, proporcional ao índice de impermeabilização de cada imóvel. São apresentadas três metodologias. Uma dessas metodologias tem como objetivo alcançar o caráter social de uma taxa. Assim, ela prevê o subsidio da taxa de drenagem de imóveis em áreas de menor poder aquisitivo. Para se verificar o reflexo dessa taxa no orçamento familiar foi realizado um estudo de caso, em duas bacias da cidade de Juiz de Fora, em Minas Gerais. A taxa de drenagem deverá contemplar o ressarcimento dos custos com a manutenção dos sistemas e a amortização dos investimentos neles realizados com as obras de drenagem urbana. Pelos resultados obtidos e considerações realizadas sobre cada uma das parcelas que compõem a taxa de drenagem concluiu-se que se deve somente considerar os custos com a manutenção dos sistemas. 
 
Carlos Eduardo Morelli Tucci, Marllus Gustavo Ferreira Passos Das Neves
O desenvolvimento sustentável passa pela gestão integrada dos serviços e dos condicionantes urbanos dentro da chamada Gestão Integrada dos Recursos Hídricos Urbanos. A coleta e disposição final dos sólidos totais gerados nas cidades estão entre os principais serviços urbanos que podem levar a impactos negativos nos meios receptores. Esses resíduos são gerados pelo homem através do lixo urbano e das modificações da superfície urbana com o desmatamento e o aumento do potencial erosivo, gerando sedimentos e restos de vegetação. Neste artigo são apresentados estudos que tentam caracterizar os tipos de resíduos cuja produção afeta o sistema de drenagem urbana. São mostrados resultados de pesquisas em diversos países, tanto no que diz respeito à quantidade quanto à composição. Faz-se também um relato das medidas de controle pesquisadas recentemente, destacando-se as estruturas de retenção. 
 
Gabriela Gil, Liliana Pagliettini
Para valorar el agua utilizada en la producción agropecuaria, es necesario considerar distintas dimensiones. El valor del agua varía en el tiempo y en el espacio, tanto si es parte de las decisiones de producción como si integra el diseño de políticas agrícolas. Su determinación a escala de explotación, asociada a criterios de productividad marginal, es útil para definir cánones por derecho de uso, pero los procesos de decisión relacionados con inversiones, asignaciones, administración del agua deben contabilizar dimensiones claves relacionadas con la disponibilidad y uso, relación B/C, y aspectos temporales y espaciales. El objetivo del trabajo es valorizar el agua en las explotaciones ubicadas en el área de influencia de la cuenca del Río Miriñay. Con información censal (Censo Nacional Agropecuario 2002) se construye una matriz de datos de los 107 productores de las subcuencas seleccionadas, a partir de la cual se realiza un análisis de -cluster- que permite identificar cuatro conglomerados. Se mide utilizando un método indirecto de valoración -enfoque de la imputación residual-, el monto máximo que el productor estaría dispuesto a pagar por el agua. La heterogeneidad en la distribución de recursos que caracteriza la zona y su diferente productividad explican el rango de valores de largo plazo obtenidos. 
 
Cristiano Poleto, Gustavo Henrique Merten
Os recursos hídricos têm sido severamente prejudicados não só pelas alterações hidrológicas, mas especialmente pela carga poluente que é transferida da bacia vertente para os corpos d-água. Os sedimentos finos (fração < 2m) têm uma grande capacidade de adsorver poluentes, principalmente os metais, o que os torna um bom indicador dos poluentes que estão sendo exportados pela bacia hidrográfica e dos riscos que estes representam aos ecossistemas aquáticos. O presente trabalho tem o objetivo de verificar o enriquecimento dos sedimentos fluviais em suspensão, coletados em uma bacia urbana residencial, por Zn e Ni e seus riscos potenciais ao ambiente aquático. Os estudos de concentração total e extração seqüencial foram realizados em sedimentos em suspensão coletados entre os anos de 2003 e 2006, em uma bacia urbana residencial da região metropolitana de Porto Alegre, RS. Foram encontradas grandes concentrações totais de Zn e Ni associados aos sedimentos fluviais e em algumas amostras até três vezes maiores que as concentrações do background local. As extrações seqüenciais demonstraram que o Zn apresenta um maior risco ao ambiente aquático por estar predominantemente sorvido no compartimento dos óxidos, podendo ser liberado caso ocorram alterações no pH e/ou Eh, enquanto o Ni aparece mais concentrado na fração residual dos sedimentos o que reduz a sua mobilidade em ambientes aquáticos. 
 
Heinz Dieter Oskar August Fill, Fabio Bahl Oliveira, Peterson Dos Santos
O presente artigo tem como objetivo a estimativa de cheias de projeto baseado em distribuições de probabilidade sazonais
e a sua comparação com uma análise de freqüência clássica em séries anuais, utilizando como estudo de caso a bacia
do rio Iguaçu. Inicialmente procurou-se demonstrar a existência de uma sazonalidade para vazões máximas e definir subperíodos
do ano para cada uma das distribuições. A seguir foram ajustadas distribuições sazonais e anuais para cinco estações
fluviométricas selecionadas dentro da bacia piloto. Analisaram-se a seguir a qualidade de ajuste de cinco distribuições
candidatas (Gumbel, GEV/2P, Exponencial, lognormal e log Pearson III) usando para tanto o teste PPCC proposto por
Filliben (1975). Esse teste mostrou que tanto para as distribuições sazonais como para uma distribuição anual única, no
caso da bacia do rio Iguaçu, a distribuição lognormal (LN2) apresenta o melhor ajuste às cheias observadas. A cheia máxima
anual pode ser estimada a partir das distribuições sazonais considerando-a como o valor máximo de variáveis aleatórias
independentes, correspondendo às cheias sazonais ou através de uma análise estatística clássica de máximas anuais. 
 
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ABRHidro - Associação Brasileira de Recursos Hídricos