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Haline Depiné, Nilza Maria Dos Reis Castro, Adilson Pinheiro, Olavo Correa Pedrollo
A disponibilidade de séries contínuas de chuva pode viabilizar a execução de muitos estudos que não seriam possíveis com séries falhadas, porém estas normalmente fazem parte da realidade dos dados disponíveis, devido a dificuldades técnicas, operacionais e orçamentários. O objetivo desta pesquisa é testar uma metodologia com redes neurais artificiais (RNAs) para o preenchimento de falhas em séries horárias de dados de precipitação. Utilizou-se uma série de dados pluviométricos horários de nove estações, em uma bacia de 78 km², localizada na região noroeste do Rio Grande do Sul, a qual possui clima temperado com quatro estações climáticas anuais bem definidas. Foram experimentadas três diferentes alternativas, com respeito à extensão e disposição das séries horárias utilizadas: 1. Séries longas de treinamento e verificação, com aproximadamente 365 dias; 2. Séries curtas de treinamento com aproximadamente 12 a 30 dias, e várias séries também curtas de verificação, independentes da estação climática; 3. Séries curtas (também de 12 a 30 dias), semelhantemente à alternativa anterior, porém com verificação do preenchimento somente em períodos próximos ao treinamento (menos de 30 dias de diferença). Obteve-se os melhores resultados com a terceira alternativa, cujos coeficientes de Nash-Sutcliffe (NS) foram superiores a 0,9, tanto no treinamento quanto na verificação, em todos os postos analisados, reproduzindo bem os picos de verão. Isto demonstra que, mesmo em bacias onde as precipitações são consideradas homogêneas, as relações entre postos pluviométricos não são constantes, requerendo treinamento para cada processo atmosférico específico, para preenchimento de falhas em períodos curtos e sucessivos ao treinamento. 
 
Cássius Palauro, Mariane Kempka, Marcelo Giulian Marques, Mauricio Dai Pra
O conhecimento dos valores de pressões médias mínimas junto às comportas tipo segmento invertida é de extrema importância visto que esses dispositivos são usualmente utilizados em eclusas de navegação. As eclusas são estruturas hidráulicas utilizadas por embarcações para a transposição de desníveis, que podem ser de origem natural ou oriundos de intervenções humanas. Durante os procedimentos de enchimento e esvaziamento de câmaras de eclusas, quando se dá a passagem de água pelas comportas de controle de vazão, verifica-se uma velocidade bastante alta, principalmente para pequenas aberturas da comporta, proporcionando a redução das pressões locais, podendo atingir valores críticos para a incipiência de processos de cavitação. O presente trabalho tem por objetivo apresentar o comportamento das pressões médias mínimas em função de vazões e aberturas de comportas pré-definidas. Por fim, são sugeridos números adimensionais que possibilitem inferir a ocorrência das pressões médias mínimas que poderiam ser responsáveis pelo início de processos de cavitação, causando danos às estruturas. 
 
Nircele Da Silva Leal Veloso, Ronaldo Lopes Rodrigues Mendes
A Amazônia, ironicamente conhecida como reserva de recursos hídricos, também é refém da falta de acesso à água potável. O abastecimento de água nas ilhas de Belém é deficitário e a proposição de alternativas que venham garantir o acesso digno à água de qualidade é um grande desafio. Nesse sentido, o objetivo desse trabalho é divulgar o panorama geral das experiências de aproveitamento da água da chuva em regiões insulares da cidade de Belém. Para isso, realizou-se o mapeamento das iniciativas de aproveitamento da água da chuva nas ilhas próximas à capital. Perceberam-se casos variados de aplicação da técnica: avançados ou rudimentares, em operação ou inoperantes, mostrando que apesar de improvável, devido à abundância de água na região, a busca por escolhas de abastecimento potável é incisiva por parte dos ribeiros, que almejam o fornecimento sustentável de água. Apesar de escassos, os estudos sobre a temática na região vêm contribuindo para o aperfeiçoamento da prática. Espera-se que este estudo contribua com pesquisas futuras acerca da temática. 
 
Fernando Mainardi Fan, Walter Collischonn
A modelagem hidrológica é uma ferramenta extremamente útil para a realização de avaliações e apoio à tomada de decisão em questões relacionadas ao uso correto de recursos hídricos. Os modelos hidrológicos do tipo distribuído são capazes de representar o comportamento de uma bacia hidrográfica de forma complexa, permitindo análises e estudos detalhados a partir de seus resultados. Um dos requisitos básicos para o uso destes modelos distribuídos é a descrição fisiográfica detalhada da bacia estudada, obtida através do uso de plataformas de Sistemas de Informação Geográfica (SIG) Visando potencializar o uso da simulação hidrológica e o desenvolvimento de soluções para o correto gerenciamento de recursos hídricos, o presente trabalho apresenta a concepção de um acoplamento do tipo rígido entre a plataforma de SIG MapWindow GIS® e o modelo hidrológico MGB-IPH. A ferramenta concebida foi testada com sucesso na modelagem da bacia hidrográfica do rio Ijuí. A aplicação demonstrou que um grau elevado de integração entre o modelo hidrológico e o SIG foi obtido. Foram criadas ferramentas úteis para manipulação e representação simplificada dos dados de entrada no ambiente SIG, e para pósprocessamento e análise dos resultados do modelo hidrológico. 
 
Joseline Correa Souza, José Antonio Tosta Dos Reis, Antônio Sérgio Ferreira Mendonça
Considerando a relevância do enquadramento como instrumento de gestão, o presente trabalho tem como objetivo avaliar cenários de enquadramento para a bacia hidrográfica do rio Itapemirim, considerando o setor de esgotamento sanitário como única fonte de cargas poluidoras. Para composição dos diferentes cenários de enquadramento foram estabelecidos quatro panoramas de tratamento de esgotos associados com distintas eficiências de remoção de Demanda Bioquímica de Oxigênio (DBO5,20), para diferentes horizontes de avaliação (2012, 2020 e 2030). A bacia hidrográfica do rio Itapemirim foi dividida em nove sub-bacias, para as quais a disponibilidade hídrica foi determinada por meio de curvas de permanência regionalizadas. A partir das referidas curvas foram produzidas curvas de permanência de qualidade, correspondentes às máximas cargas de DBO5,20 associadas às Classes de enquadramento 1, 2 e 3. A sobreposição das curvas de permanência de qualidade e de cargas remanescentes totais correspondentes aos diferentes cenários propiciou a apropriação do percentual de tempo em que cada sub-bacia apresentaria qualidade compatível com a estabelecida para cada classe de enquadramento. Para a condução do estudo assumiu-se cursos d-água funcionando em regime permanente; adicionalmente, não foram incluídos, a favor da segurança, os diferentes processos que dão forma ao fenômeno de autodepuração que, em alguma medida, imporiam o abatimento de parcela da carga orgânica disposta nos rios. Os resultados permitiram associar diferentes possíveis cenários de enquadramento dos cursos d-água da bacia do rio Itapemirim com diferentes níveis de cobertura de tratamento de esgoto, além de sugerirem que a metodologia considerada para a condução do presente trabalho pode ser utilizada para subsidiar, em geral, decisões acerca do enquadramento de cursos d-água superficiais, além de possibilitar o acompanhamento da evolução do atendimento de metas intermediárias estabelecidas no momento de implementação deste instrumento de gestão. 
 
Vander Kaufmann, Adilson Pinheiro, Nilza Maria Dos Reis Castro
As precipitações intensas são responsáveis pelo transporte de espécies químicas aos corpos de águas superficiais e subterrâneos. A magnitude dos efeitos destes eventos climáticos depende dos atributos físicos e químicos do solo e do manejo agrícola desenvolvido pelos produtores. Na região sul do Brasil, poucos estudos têm sido desenvolvidos no sentido de quantificar o transporte de compostos de carbono, nitrogênio e fósforo pelo escoamento da água, após a ocorrência de precipitações intensas, em áreas agrícolas. Assim, este estudo tem por objetivo determinar as concentrações e as cargas de carbono, nitrogênio e fósforo transportadas pelos escoamentos superficiais e de drenagem em diferentes solos, quando submetidos a condições extremas de precipitação. Foram utilizados 7 lisímetros de drenagem, instalados em quatro bacias hidrográficas dos estados do Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná, tendo sido efetuadas simulações de chuvas, com intensidades variando entre 29,6 e 176,9 mm h-1. O nitrogênio na forma de nitrato apresentou as maiores concentrações tanto no escoamento superficial quanto no escoamento de drenagem. O nitrogênio na forma de amônio e de nitrito, o fosfato e o carbono orgânico total apresentaram maiores concentrações nas águas do escoamento superficial. As concentrações de carbono foram influenciadas pela estação do ano. As concentrações de nitrato foram influenciadas pela intensidade da precipitação e pelo grau de mobilização do solo. As cargas transportadas pelo escoamento superficial e de drenagem não seguiram o mesmo comportamento das concentrações. 
 
Daniel Henrique Marco Detzel, Miriam Rita Moro Mine, Marcelo R. Bessa, MÁrcio Luis Bloot
A modelagem de grandes sistemas hídricos mostra-se desafiadora à medida que se aumentam a complexidade e o número de variáveis envolvidas. O caminho comumente encontrado é empregar simplificações como, por exemplo, agregação de reservatórios que operam em uma mesma região. No entanto, estas simplificações podem omitir características importantes do sistema, tornando-o pouco flexível e colocando em risco a confiabilidade dos resultados. No presente artigo, apresenta-se um método alternativo para modelagem de séries de vazões, baseado em formulação autorregressiva com médias móveis contemporânea (CARMA). O modelo é aplicado com sucesso às vazões mensais das 146 usinas hidrelétricas que compõem o Sistema Interligado Nacional, sendo capaz de reproduzir estatísticas de curto e longo termos, além de preservar as correlações espaciais entre as usinas. Ademais, propõe-se a redução do número de séries sintéticas geradas pelo modelo estocástico aplicando- se uma técnica híbrida de classificação de séries e amostragem estratificada não equiprovável. A intenção é viabilizar o uso das séries sintéticas geradas em estudos que exijam maior processamento computacional. Mostra-se que é possível reduzir o número de cenários sintéticos sem distorcer a distribuição de probabilidades obtidas com o modelo estocástico. 
 
Alex Bortolon De Matos, Olavo Correa Pedrollo, Nilza Maria Dos Reis Castro
Neste trabalho foi avaliado o efeito do controle de montante em sub-bacias embutidas na previsão hidrológica de curto prazo, com a investigação conjunta de dois aspectos: variação da área controlada e a variação da frequência de aquisição das vazões de entrada do modelo. O local escolhido para essa pesquisa foi a porção da bacia do rio Ijuí com exutório no posto fluviométrico da Ponte Mística e as suas sub-bacias embutidas de Santo Ângelo, Ponte Nova do Potiribu, Colônia Mousquer, Passo do Faxinal e Turcato. Os dados de vazão utilizados foram obtidos da Agência Nacional de Águas (ANA) e do projeto de monitoramento da bacia do Potiribu, enquanto que os dados de precipitação foram obtidos por uma série histórica de precipitações médias de uma grade de chuvas interpoladas a partir dos dados de 65 postos pluviométricos da região.
Para este estudo foram utilizados dados de 22/08/1989 à 01/06/1994 (1.408 dias). Esse período foi selecionado por ser o maior período com dados concomitantes em todos os postos fluviométricos. Os modelos escolhidos para esse estudo foram as redes neurais artificiais de múltiplas camadas, com utilização do algoritmo retropropagativo. As entradas nos modelos foram os dados de precipitação média e as vazões médias diárias da bacia de Ponte Mística e de suas sub-bacias, e as saídas foram
as vazões médias diárias de Ponte Mística um dia à frente. Foram apresentadas nove alternativas de controle físico de montante. Também foram aplicadas, para cada uma das alternativas, valores defasados das variáveis, com a utilização dos dados de vazão com antecedência de 24h e 48h. A utilização de vazões horárias do Turcato foi comparada com uma alternativa que contempla o mesmo posto, mas com dados diários, para investigar se a utilização de dados com um maior detalhamento
temporal pode produzir melhores resultados. Para a análise do desempenho da rede foi aplicado como estatística de
qualidade o coeficiente de Nash-Sutcliffe (NS). A avaliação estatística apresentou bons resultados na previsão de vazão para
todas as alternativas de controle, sendo o menor NS de 0,91 e o maior de 0,97. A utilização de um maior detalhamento
temporal, com aplicação de vazões horárias, provocou uma redução no desempenho do modelo, com o NS caindo de 0,91 para 0,89. Observou-se também que, quanto maior a área controlada das bacias, melhores são os resultados para a previsão de vazão. 
 
Adilson Pinheiro, Gustavo Antonio Piazza, Thiago Caique Alves, Leandro Mazzuco De Aguida, Vander Kaufmann, Rafael Gotardo
O lançamento de resíduos por atividades humanas tem refletido na diminuição da qualidade dos ecossistemas aquáticos, principalmente naqueles situados em áreas urbanas. Este estudo teve como objetivo avaliar concentrações e cargas de parâmetros físicos e químicos descritores da qualidade das águas do Ribeirão Garcia, no município de Blumenau, Santa Catarina. O levantamento de uso e ocupação do solo mostrou que 87% do território da bacia encontra-se preservado por fragmentos de Floresta Ombrófila Densa. O monitoramento dos parâmetros da qualidade foi realizado em seis seções fluviométricas ao longo do ribeirão, com uma sonda multiparâmetro e posteriormente complementado com análises laboratoriais. Foram analisados os parâmetros: temperatura da água, turbidez, sólidos totais e condutividade elétrica, pH, salinidade, oxigênio dissolvido, amônia, nitrato, cloretos, carbono, lítio, sódio, potássio, manganês, cálcio, acetatos e sulfatos, assim como presença de hormônios e de antibióticos. Os resultados foram apresentados na forma de concentração e carga transportada, além da interpretação por análises estatísticas multivariadas. Verificou-se que concentrações dos analitos tendem a uma melhora nos trechos afetados pelo sistema de coleta e tratamento de esgoto sanitário, assim como áreas preservadas por vegetação natural. Os valores de carga transportada, entretanto, apresentam-se elevados e de forma crescente ao longo de todo o curso do ribeirão. Constatou-se também a ocorrência do hormônio Estrona na faixa de concentração de ng/L. Antibióticos não foram observados em nenhuma seção fluviométrica. De forma geral as concentrações apresentam oscilações, porém a maioria não superou os padrões estabelecidos pela resolução do CONAMA nº 357/2005 para rios de classe 2. 
 
Renata De Moura GuimarÃes Souto, Juliano JosÉ Corbi - Proex, Giuliano BuzÁ Jacobucci
Este estudo teve como objetivo avaliar os níveis de compostos organoclorados em sedimentos de 35 cursos de água pertencentes às bacias hidrográficas Uberabinha, Araguari e Tijuco. Foram analisadas amostras de invertebrados bentônicos coletados em córregos que apresentaram maiores concentrações de organoclorados. Dos 19 compostos analisados, 10 foram detectados em cursos de água. Não foi evidenciada bioacumulação de organoclorados na fauna. No entanto, isso não exclui outros possíveis impactos destes compostos sobre a fauna. Medidas de controle devem ser encorajadas uma vez que o sedimento é um dos compartimentos mais importantes no contexto da ciclagem da matéria e fluxo de energia. 
 
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ABRHidro - Associação Brasileira de Recursos Hídricos