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Suzy Magaly Alves Cabral De Freitas, Luis De Almeida Prado Bacellar
A recarga é muito influenciada pelas características geológicas e geomorfológicas, que são muito variáveis na subbacia do Alto Rio das Velhas. Este trabalho objetiva explicar o comportamento hidrológico aparentemente contraditório de
duas das unidades geológicas dominantes desta sub-bacia: (1) o embasamento cristalino, representado pelo Complexo Metamórfico
do Bação (CMB), e (2) os xistos do Grupo Nova Lima (GNL). No CMB, os solos se mostram em média mais permeáveis, mas suas taxas de recarga são tidas como inferiores às encontradas no GNL. Para avançar nesta questão, foram selecionadas duas microbacias representativas, uma em cada unidade, que guardavam entre si geometria e características climáticas similares. Os solos de ambas foram caracterizados pedologicamente e geotecnicamente e, em cada uma, foi feito um monitoramento por um ano hidrológico da precipitação, da vazão no exutório e da variação de nível d?água do lençol freático. Para avaliaçao da recarga foram utilizados índices hidrológicos, como o fluxo de base e sua recessão, e a técnica da
Variação do Nível de Água (VNA), complementados pela caracterizaçao da condutividade hidráulica dos horizontes superficiais do solo, com emprego do permeâmetro Guelph e de infiltrômetro de anéis. Confirmou-se que as taxas de recarga na microbacia do GNL foram maiores, apesar da menor condutividade hidráulica dos solos. As respostas dos hidrogramas e da variação temporal do nível d´água sugerem que o regolito, em média mais espesso no CMB, constitui em sua base um aquífero com porosidade predominantemente intergranular, com alta capacidade de armazenamento e baixa condutividade, que regula o fluxo no período de estiagem. No GNL, o fluxo de base não se sustenta da mesma forma na estiagem, por conta do predomínio de aquíferos fraturados, com maiores condutividades e menores coeficientes de armazenamento. Os valores
obtidos de recarga com os métodos empregados devem ser tomados com cautela, já que podem ser influenciados pela intensidade
de subida e descida da superfície freática e do fluxo de base nos canais de drenagem. 
 
Alessandra Honjo Ide, Fernanda Dittmar Cardoso, Mauricius Marques Dos Santos, Rafael Duarte Kramer, Júlio César Rodrigues De Azevedo, Alinne Mizukawa
crescimento demográfico desordenado e a ocupação de áreas irregulares constituem um grave problema, principalmente nas grandes cidades, ocasionando a degradação dos ecossistemas aquáticos. Despejos domésticos sem tratamento ou deficientemente tratados são lançados nos corpos d?água, aumentado a concentração de matéria orgânica, nutrientes e outros compostos poluentes. Como consequência, prejuízos são causados tanto para os organismos aquáticos quanto aos seres humanos. Neste estudo foram monitorados 12 pontos na Bacia do Alto Iguaçu, em quatro campanhas amostrais distribuídas ao longo de um ano, com a finalidade de realizar análises físicas, químicas e microbiológicas da água e também determinar a concentração de cafeína presente nestes ambientes. Foram obtidos resultados que variaram de 0,170 a 22,84 ?gL-1 para a cafeína, evidenciando a presença de águas residuárias domésticas. Observou-se também que a cafeína pode ser utilizada
como traçador de atividade antrópica, desde que empregada juntamente com outros parâmetros como nitrogênio amoniacal,
ortofosfato e DBO. Desta forma, o uso de parâmetros significativos reduz o número de análises que muitas vezes geram bancos de dados inconclusivos. 
 
Vander Kaufmann, Adilson Pinheiro, Marcos Rivail Da Silva
O transporte de espécies químicas pelos escoamentos superficiais e de drenagem é influenciado por fatores naturais e antrópicos. Neste trabalho, é avaliado o efeito do revolvimento e da fertilização sobre o transporte de compostos de carbono, nitrogênio e fósforo. Ele foi desenvolvido num Cambissolo, utilizando um lisímetro volumétrico de drenagem, instalado na bacia do ribeirão Concórdia, Lontras ? SC. Duas ações foram analisadas. A primeira foi o revolvimento da camada superficial do solo, o qual divide o experimento em dois períodos. A segunda foi a fertilização com adubo mineral. Foram monitoradas
as águas de escoamento superficial e escoamento de drenagem. Durante o experimento, o solo permaneceu em pousio. O revolvimento do solo provocou diminuição do volume de água escoada superficialmente e aumentou o volume drenado, com
consequente redução da evaporação de cerca de 45%. As concentrações médias das espécies químicas nas águas de escoamento superficial são superiores àquelas do escoamento de drenagem. A evolução das concentrações nas águas dos escoamentos
superficiais e de drenagem foi modificada com o revolvimento da camada superficial do solo. No entanto, em relação às cargas transportadas, notam-se que no escoamento de drenagem, elas foram superiores aquelas do escoamento superficial e, o efeito do revolvimento não foi evidenciado. 
 
Joana Nery Giglio, Masato Kobiyama
A partir de revisão bibliográfica, constatou-se que os estudos de interceptação no Brasil se concentram na Amazônia e em Mata Atlântica, e pouco se sabe sobre esses processos em outros ambientes brasileiros. Na Mata Atlântica, 8,4?20,6% da chuva é interceptada; 47,6?97,4% da chuva atravessa a copa como chuva interna; e 0,2?3,3% da chuva escoa pelos troncos. Na Amazônia, a interceptação, a chuva interna e o escoamento de tronco correspondem a 7,2?22,6%, 76,8?91% e 0,6?1,8% da chuva total, respectivamente. Com base na revisão bibliográfica, o presente artigo sugere: (i) realização de estudos de quantificação da interceptação onde estes inexistem ou são insuficientes; (ii) medição de chuva interna com densidade de coletores comparável à de coletores de chuva total; (iii) medição de chuva interna e escoamento de tronco em intervalos de tempo equivalentes ao utilizado para monitorar a chuva total; (iv) realização de estudos de interceptação em bacias
experimentais integrados aos estudos de outros processos hidrológicos; (v) estimativa dos parâmetros necessários para a modelagem da interceptação; e (vi) realização de estudos que relacionem a interceptação com características físicas da vegetação. 
 
Patrícia Kazue Uda, Cláudia Weber Corseuil, Masato Kobiyama
A bacia hidrográfica do alto Rio Negro, BARN, (3454 km2) localiza-se entre o Planalto Norte Catarinense e o Primeiro Planalto Paranaense. O estudo dos componentes dos fluxos de massa e energia entre a superfície e a atmosfera pode permitir verificar a influência do uso e cobertura do solo no clima da região. O objetivo do presente trabalho foi mapear o saldo de radiação (Rn) através do Surface Energy Balance Algorithm for Land (SEBAL), na BARN, utilizando imagens do
sensor Advanced Spaceborne Thermal and Emission Radiometer (ASTER). O SEBAL foi implementado com dados de uma
estação meteorológica e cinco cenas do ASTER. Para análise do Rn foram selecionados polígonos (amostras representativas)
de classes de uso e cobertura do solo da bacia. A classe água apresentou o maior valor médio de Rn (610 W m-2). As áreas de
vegetação mais densa apresentaram elevado Rn (532 W m-2 para reflorestamento e 526 W m-2 para floresta nativa), juntamente
com o solo exposto escuro (498 W m-2). As classes de agricultura e pastagem apresentaram valores intermediários de 444 W m-2 e 451 W m-2, respectivamente. Observam-se os menores valores médios para as áreas de solo exposto claro e áreas urbanas (404 e 429 W m-2, respectivamente), correspondendo às áreas com maior perda de energia por reflexão e emissão.  
 
Wilson Fernandes, Mauro Naghettini, Rosângela Loschi
Este é o segundo de dois artigos complementares que versam sobre um método para a estimação dos quantis de enchentes extremas, a partir de uma abordagem Bayesiana, com a possibilidade de inclusão de informações históricas e paleohidrológicas e o emprego de distribuições de probabilidades com cauda superior finita. Este artigo apresenta três aplicações a bacias com diferentes conjuntos de dados. Os estudos de caso foram selecionados de forma a avaliar diferentes
aspectos do arcabouço metodológico. As aplicações mostraram que o método proposto melhora as estimativas de quantis extremos de vazão em dois aspectos: do ponto de vista descritivo, exemplificado pelos bons ajustes das distribuições de probabilidades limitadas superiormente aos dados sistemáticos e não sistemáticos; e do ponto de vista da diminuição das incertezas na predição de vazões, exemplificado pelos intervalos de credibilidade mais curtos, obtidos ao se utilizarem dados não sistemáticos. Além disso, o método proporcionou uma maneira racional de se incluir a estimativa local da PMF na análise de frequência. Por fim, verificou-se que o conhecimento subjetivo do especialista, além de poder ser incorporado à análise por meio da correta definição da distribuição a priori do limite superior, melhora significativamente os resultados a posteriori tanto dos parâmetros como dos quantis com pequena probabilidade de excedência. 
 
Carlos Danger Ferreira E Silva, Liliana Pena Naval, Laura De Simone Borma, Alex Vladimir Krusche
O presente estudo procurou verificar as características gerais da composição química das águas dos mananciais da planície do Araguaia, tratando-se do balanço iônico e da classificação dos corpos hídricos em estudo, em categorias gerais. O estudo foi realizado na Planície do Araguaia (Tocantins). Em cada um dos mananciais em estudo foi locado um ponto de coleta, onde foram retiradas amostras para análise das concentrações de íons maiores (Ca2+, Mg2+, Na+, K+, Cl-, SO42-, HCO3-), carbono orgânico dissolvido (COD) e carbono inorgânico dissolvido (CID). A interpretação dos dados obtidos permitiu verificar que as concentrações da maioria dos elementos analisados resentaram valores estatisticamente similares entre os rios Javaés e Araguaia durante o período chuvoso. Entretanto, durante o período seco, quando não se verifica a influência de processos de lixiviação, as concentrações foram estatisticamente diferentes. Esse comportamento indica que as modalidades de uso e ocupação desenvolvidas na área de influência do rio Javaés atualmente não proporcionam alterações na região estudada. Verificou-se também que a biogeoquímica das águas do lago Chave é significativamente influenciada por sua conexão sazonal com o rio Javaés, permite concluir que a ocorrência de alterações nas águas desse rio poderá ocasionar distúrbios aos ambientes lênticos da região. 
 
Fábio Farias Pereira, Carlos Ruberto Fragoso Junior, Walter Collischonn, David Manuel Lelinho Da Motta Marques
Rios e lagos são regiões em que é comum a existência de áreas urbanas e de alta densidade populacional, que se utilizam do água para abastecimento, transporte, lazer e para diluição de poluentes. Em função disso são freqüentes os problemas relacionados à qualidade da água neste tipo de sistema. A eutrofização e as florações de algas são problemas que vem acontecendo, por exemplo, no rio Guaíba, no Rio Grande do Sul. Modelos matemáticos são largamente utilizados para entender os padrões de fluxo e o transporte de substâncias nestes ecossistemas. Neste trabalho, desenvolveu-se um modelo hidrodinâmico e de transporte de poluentes bidimensional para corpos d?água rasos que está baseado numa subdivisão do corpo
d?água em uma grade não estruturada. O modelo é formado por dois módulos: hidrodinâmico e de transporte de massa. O módulo hidrodinâmico é baseado nas equações de Navier-Stokes com aproximações para corpos d?água rasos. O módulo de transporte de massa representa o transporte de um escalar passivo e conservativo sob influência dos processos físicos do meio, como a concentração de uma substância. Este artigo apresenta uma aplicação do modelo ao rio Guaíba, incluindo a região do delta do Rio Jacuí, com sua intrincada rede de canais e ilhas. Foram testadas duas formas de solução da equação de transporte: uma baseada num esquema numérico de diferenças centrais e outra baseada num esquema de alta resolução.
Foram realizados testes de conservação de volume comparando os resultados obtidos com resultados obtidos via a solução analítica das mesmas equações. Os resultados mostram a adequação da discretização em grades não estruturadas para representar a complexa hidrografia do delta do rio Jacuí, e os testes de conservação de massa mostram que os erros são insignificantes para os dois esquemas numéricos, entretanto o segundo esquema de alta resolução apresenta vantagens na redução da difusão numérica. 
 
Roger Vigley Girardi, Joel Avruch Goldenfum, AndrÉ Luiz Lopes Da Silveira, Fernando Dornelles
Este artigo apresenta uma nova técnica para determinação de precipitação média numa área, denominada como método das Distâncias Invertidas (DI). O objetivo foi encontrar um método que aliasse simplicidade de realização, como o método da Média Aritmética, porém que produzisse resultados mais precisos em aproximação com métodos mais complexos. O princípio do método é que as estações são tão mais representativas para uma área quanto mais próximas estejam desta. Desta forma, estabeleceu-se como referência de distância para as estações o centro da bacia, definido como o ponto médio do seu
comprimento longitudinal. Transformando a distância entre este centro e as estações em distâncias ponderadas, inverteu-se o fator de multiplicação. Ou seja, a precipitação da estação mais próxima foi multiplicada pela distância da estação mais distante e assim sucessivamente. Este método foi testado nas bacias do Donato (1 km²) e Turcato (19 km²), no município de Pejuçara, RS, devido à existência de uma rede de monitoramento de precipitações do Projeto Potiribu, desenvolvido na região pelo Instituto de Pesquisas Hidráulicas da UFRGS (Castro et al, 2000, e Goldenfum et al., 2008). Como referência, foram traçadas as isoietas nas duas bacias e calculadas as precipitações médias em cada uma delas através de interpolação por
krigagem. Para comparação do método das Distâncias Invertidas foram calculadas também as precipitações pelos métodos dos polígonos de Thiessen, da Média Aritmética, Inverso da Potência da Distância, Inverso do Quadrado da Distância e Inverso da Distância. Os resultados mostraram uma forte correlação entre todos os métodos e o método das isoietas, entretanto com diferenças entre os índices utilizados na análise de resíduos. Dentre os índices utilizados, que foram o desvio padrão da regressão, desvio padrão das diferenças e desvio padrão das diferenças absolutas, destacaram-se como similares ao método das Isoietas: o método do Inverso da Distância, para a bacia do Donato, e o método das Distâncias Invertidas, para a bacia
do Turcato. Dada a irregularidade da distribuição espacial das estações, a qual foi mais sensível para a bacia do Donato,
em função de seu tamanho menor, concluiu-se que o método testado apresentou resultados coerentes com os demais métodos para a bacia menor (Donato) e uma melhor aproximação com o método de referência para a bacia maior (Turcato). 
 
Paulo Everardo Muniz Gamaro, Benedito Martins Gomes, Luiz Henrique Maldonado, Manuela Ferreira De Carvalho Rodrigues
O Canal da Piracema na Itaipu Binacional tem por finalidade básica permitir a migração dos peixes na época da piracema até as áreas de reprodução a montante da usina. Além disso, é utilizado nas competições esportivas, como de canoagem. Porém, ambas as finalidades requerem o conhecimento dos valores precisos de vazão de modo contínuo. Deste modo, este trabalho apresenta uma análise dos métodos da velocidade teórica e indexada para obtenção de dados de vazão contínua, a partir de medições de velocidade com o equipamento estático Doppler (?Argonaut-SW?), em canais artificiais quase retangulares e trapezoidais. Foram realizadas medições de velocidade/vazão com o auxílio de medidores acústicos Doppler para relacioná-los com dados de velocidades medidas com o medidor acústico estático. Como resultado, as velocidades indexadas obtiveram excelentes performances para estimar vazão e foi comprovada a aplicabilidade do método da velocidade teórica para a seção escolhida.  
 
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ABRHidro - Associação Brasileira de Recursos Hídricos