Publicações
Busca em Artigos por:

 

Carla Regina N. De Lima, Peter Zeilhofer, Eliana Dores, Ibraim Fantin Da Cruz
Para o Cerrado Brasileiro existe uma expressiva lacuna no conhecimento sobre os padrões espaciais da qualidade de água e suas determinantes, principalmente em macro-escala de bacias hidrográficas (>1000 km2). Assim, foi analisado, por técnicas de estatística multivariada, um conjunto anual de coletas mensais provenientes de 15 estações de monitoramento em uma das principais áreas de contribuição do Pantanal Mato-Grossense. Uma análise hierárquica de agrupamento seguida de uma análise discriminante permitiu a identificação de quatro grupos de estações no sistema hídrico do rio Cuiabá e de três na bacia do São Lourenço, com exatidões gerais maiores do que 80%. A análise fatorial dos grupos mostrou que as estações agrupam-se nas duas sub-regiões em função de três principais conjuntos de fatores, sendo o primeiro conjunto formado por variáveis de oxigenação (OD, DBO), o segundo por nutrientes (nitrato, nitrito, fosfato solúvel reativo) e o terceiro pelas variáveis pH, sulfato e condutividade elétrica. Os resultados apontam que a deterioração da qualidade de água na bacia ocorre de forma mais expressiva devido aos lançamentos de efluentes domésticos e industriais do que da atividade agrícola. O último conjunto de variáveis (pH, sulfato, condutividade elétrica) é influenciado principalmente pela heterogeneidade geológica das sub-bacias de contribuição. 
 
Lorenza Uliana Zandonadi, Antônio Sérgio Ferreira Mendonça, José Antonio Tosta Dos Reis
A outorga para lançamento de efluentes representa importante instrumento para controle da poluição de águas no Brasil. Entretanto, no País, não existe uniformidade de critérios para análise de solicitações de outorga. Existem, na literatura,diversas propostas de metodologias para estimativas de vazões de diluição de efluentes a serem consideradas em processos de outorga. Neste sentido, o presente trabalho analisou diversas propostas disponíveis, com o objetivo de comparar valores de vazões de diluição estimadas através de cada metodologia. Foram realizadas simulações para cinco cenários, que incluem presença de lançamentos e captações. Foram utilizadas metodologias propostas por Kelman (1997), Hora (2001), Cardoso da Silva e Monteiro (2004), Nahon (2006), Roques (2006), além da Equação de Balanço de Massa, modificada por MMA (2000). Os resultados mostraram que as diferentes metodologias podem resultar em valores muito diversos de vazões de diluição, em função das diferentes variáveis consideradas nas equações e dos valores adotados para estas variáveis.A não consideração do processo de autodepuração usualmente resulta em superestimação de valores de vazões de diluição a jusante dos pontos de lançamento previstos. A incorporação das condições de qualidade no corpo d-água à montante dos lançamentos, por sua vez, faz com que a outorga fique condicionada aos outros lançamentos já existentes anteriormente no rio, outorgados ou não. Neste contexto, avaliações de solicitações de outorga que considerem a real qualidade do curso d-água tornam oprocesso de análise mais próximos da realidade embora exijam maiores esforços de monitoramento dos corpos d-água. 
 
Antonio Eliseu Holdefer, Dirceu Luis Severo
Certos cursos de água tais como ribeirões, próximos a regiões costeiras e que são afluentes de rios maiores, que por sua vez deságuam no mar, podem sofrer influência direta da ação de refluxos de maré. O fenômeno pode se mostrar desprezível em condições de maior vazão, porém o mesmo pode se tornar perceptível em condições de baixa vazão. Erros de cálculo de vazão em situações de níveis baixos podem ser consideráveis se um sistema de suavização de-noising adequado não for utilizado para eliminar os efeitos da maré. Muitas vezes, examinando-se a série histórica hidrológica e usando-se a análise de Fourier padrão no domínio de tempo-frequência, pode não ser possível identificar de forma conclusiva onde se encontram as fontes de ruído (maré). No entanto, uma nova perspectiva pode ser obtida por meio da transformada wavelet ou ondaleta, em português, usada para analisar a série temporal no domínio de tempo-escala. Usando-se essa abordagem, um estudo de caso que envolve uma série hidrológica de nível observada no Ribeirão da Velha em Blumenau-SC é apresentado, no qual se aproveitou a instalação de uma nova rede telemétrica de medição de nível, com aquisição de dados em intervalos de 5 minutos, tornando-se possível a medição da maré de maneira precisa devido à alta resolução temporal. Tal análise rendeu provas conclusivas da influência das marés no local de medição de nível em períodos de baixo fluxo. Após a confirmação que a existência de flutuações de pequena amplitude são devidas à maré, a série de níveis de Ribeirão
da Velha foi submetida a um procedimento de-noising, apropriado para obter uma série suavizada, que posteriormente foi submetida à análise de wavelet, evidenciando o desaparecimento do efeito da maré. Em seguida, provou-se, através de análise de coerência de potência e fase, que o efeito da maré no Ribeirão da Velha provém do Rio Itajaí-açú, no qual o primeiro deságua. Paralelamente, também se mostrou plausível o cálculo do atraso, com a posterior dedução da velocidade de deslocamento da maré através do ribeirão. 
 
Karena Quiroz Jimenez, Walter Collischonn
No presente trabalho é proposto um método de interpolação denominado CHUVSAT para ser avaliado como dado de entrada a um modelo hidrológico. Esse método calcula campos de chuva em forma de grade regular combinando chuva obtida por pluviômetros com dados de chuva por satélite. O CHUVSAT está baseado em um cálculo de médias ponderadas que considera a distância e o tipo de dado (pluviômetro ou satélite) como fonte de informação. Os dados de chuva de pluviômetros e de satélite foram obtidos da Agência Nacional de Águas (ANA) e do produto Tropical Rainfall Measuring Mission (TRMM), respectivamente. Os resultados foram avaliados comparando os hidrogramas calculados a partir de um modelo hidrológico distribuído com os hidrogramas observados em diferentes postos fluviométricos da bacia do Rio Tocantins. O desempenho do método CHUVSAT foi comparado ao desempenho do modelo hidrológico usando os dados do TRMM, e os dados de pluviômetros da ANA. Os resultados mostraram que a qualidade da série de vazões calculadas usando CHUVSAT conseguiu melhores coeficientes de eficiência de Nash-Sutcliffe para as séries geradas pelas fontes da ANA e do TRMM em bacias com área de drenagem da ordem de 5.000 km2. Em bacias maiores os resultados de CHUVSAT foram semelhantes aos obtidos utilizando apenas os dados de chuva observados em pluviômetros, enquanto os resultados utilizando dados de satélite foram inferiores. Conclui-se que a combinação de dados de satélite e pluviômetros tem potencial para aplicações hidrológicas, com ênfase na previsão de vazões em rios de grande porte. 
 
Carlos Wilmer Costa, Mayra Cristina Prado De Moraes, Cláudio Jorge Cançado, João Vitor Roque Guerrero, Frederico Marangon, Reinaldo Lorandi, José Augusto De Lollo, Luiz Eduardo Moschini
A compreensão do processo de expansão das atividades antrópicas, em bacias hidrográficas, se mostra fundamental nos dias atuais. No que tange ao problema da contaminação das águas subterrâneas, a análise do uso e cobertura do solo existente e das variáveis do meio físico podem auxiliar na compreensão e gestão desta problemática. O presente trabalho teve por objetivo elaborar a carta de potencial de contaminação de aquíferos por atividades humanas na bacia hidrográfica do Ribeirão do Meio (Leme, SP), abrangendo uma área de 246,81 km2 na escala 1:50.000. A produção da carta englobou a análise do mapa de substrato geológico, a elaboração da carta de unidades aquíferas, da carta de declividades e de uso e cobertura do solo. Com o uso do software ArcGIS® e de uma metodologia de análise multicritério, chegou se a uma classificação do potencial de contaminação envolvendo cinco classes (muito baixo, baixo, médio, alto e muito alto). No caso específico desta área, verificou-se que as classes de potencial médio (47,71%) e muito baixo (33,68%), foram mais representativas. 
 
Emanoelle Pereira Da Silva, Eduardo Queija De Siqueira, Wilson Mozena Leandro
Os sedimentos urbanos são a principal fonte de contaminação das águas pluviais por metais e outras substâncias potencialmente tóxicas nos centros urbanos. Nesta perspectiva, com intuito de mensurar a carga de sedimentos e a concentração de metais tóxicos em área urbana, amostras de sedimento foram coletadas em três ruas com diferentes tráfegos de veículos, por meio do método de aspiração e escovação a seco em seis parcelas experimentais de 0,5 (m²), em duas campanhas de amostragem com duração de 14 dias cada. As amostras foram analisadas quanto à distribuição granulométrica por difração a laser e determinação de metais por Espectrometria de Absorção Atômica em três frações granulométricas (<63 -m, 250-63 -m, 500-250 -m). Os resultados mostram que as cargas diárias de sedimento variaram de 0,48 a 99, 2 g/m² para as ruas amostradas. Da composição granulométrica, observou-se que cerca de 52% das frações do sedimento são < 500 -m, sendo que destas, a fração predominante está entre areia fina e silte, ou seja, entre 250-63 -m. Para os metais verificou se que as maiores concentrações estão preferencialmente nas partículas < 63 -m, e que segue em geral a seguinte ordem decrescente de concentração Fe > Mn > Cu > Pb > Zn > Cd > Cr. 
 
Michael Mannich, João Furtado Resende, Cristovão Vicente Scapulatempo Fernandes, Julio Werner Yoshioka Bernardo, Einara Zahn, Tobias Bernward Bleninger
As questões ambientais associadas à emissão de gases de efeito estufa, notadamente Metano, Dióxido de Carbono e Óxido Nitroso, em reservatórios ganharam uma dimensão peculiar a partir de estudos publicados na década de 90, pois destacaram potencial impacto negativo de geração de energia renovável através de grandes hidrelétricas. Os estudos que se seguiram a estas premissas de caráter ambiental apresentam foco na medição dos fluxos desses gases, sem, no entanto, qualificarem modelos matemáticos para a estimativa precisa destes fluxos. Dentro deste contexto, este artigo apresenta um modelo matemático zero dimensional capaz de estimar os fluxos difusivos e ebulitivos do dióxido de carbono (CO2) e metano (CH4). O modelo incorpora a dinâmica do carbono orgânico e inorgânico em frações dissolvidas e particuladas, suas interações com o sedimento em conjunto com a influência dos forçantes meteorológicos e hidrológicos. O modelo foi calibrado com base em dados medidos no Reservatório do Capivari (Paraná) e aplicado para um período de 43 anos. Os resultados são promissores em função da coerência com a natureza física do sistema, apresentando diminuição do fluxo ao longo do tempo e acúmulo de carbono no sedimento. 
 
Nelson Roberto Amanthea, Nilo De Oliveira Nascimento
As técnicas de baixo impacto de urbanização, ao estabelecerem entre seus princípios norteadores a manutenção do tempo de concentração (TC) da situação de pré-desenvolvimento, implicitamente transformam-no em um importante indicador para o desenvolvimento de projetos e planejamento físico-territorial urbano. Entretanto, diante da multiplicidade de definições e métodos para se estimar o valor do TC de uma determinada bacia hidrográfica, ressurge uma questão para a qual a literatura técnica ainda busca a resposta adequada: qual seria o método mais apropriado a esse propósito, que pudesse ser recomendado aos órgãos de planejamento nas suas realidades locais- Este trabalho, utilizando-se de uma bacia rural monitorada, em suposto cenário de pré-desenvolvimento urbano, faz uma reflexão sobre o tema e aponta o uso de método de velocidade modificado, associado à geotecnologia, como alternativa recomendável para estimativa do TC. Além de oferecer maior confiabilidade de valor, a espacialização do TC possibilita clara compreensão de sua ocorrência a partir de cada ponto da bacia. Dessa forma, torna-se viável ainda a adoção,pelo projetista,de critérios de verificação de consistência na escolha de pontos mais representativos para a definição do valor final do TC, em contraposição a sistemas de cálculo que oferecem opções de valores isolados, obtidos por diferentes métodos empíricos sem haver qualquer
referência de um -valor verdade-. A espacialização do TC possibilita ainda o planejamento de pesquisa de medição direta para a determinação do TC e de eventos na bacia que dependam do tempo de translado do escoamento superficial, a exemplo de sistemas de alerta contra inundações ou transporte de poluentes. 
 
Ronaldo Fia, Hugo César Tadeu, João Paulo Cunha De Menezes, Fátima Resende Luiz Fia, Luiz Fernando Coutinho De Oliveira
A qualidade das águas é fortemente influenciada pelo uso e manejo dos solos de uma bacia hidrográfica e pelo regime hídrico. No período chuvoso há arraste de materiais superficiais, e na estiagem, aumento das concentrações de poluentes advindos dos despejos, pelo fato da redução da vazão. Assim, o objetivo deste trabalho foi analisar a variação espaço-temporal da qualidade da água e das características tróficas dos principais cursos de água na microbacia do Ribeirão Vermelho em Lavras-MG. Determinou-se o Índice de Qualidade de Água (IQA) e o Índice do Estado Trófico (IET) no período chuvoso (verão) e no período de estiagem (inverno). Com base nos resultados obtidos em três amostragens durante o período chuvoso e três no período de estiagem, verificou-se valores de
IQA entre 31 e 64 no período do verão e de 33 a 67 no período de inverno. Em relação à trofia dos mananciais, foram verificados valores de IET entre 48 e 50 no período chuvoso e de 38 a 45 no período de estiagem, variando de oligotrófico a eutrófico. Diante dos resultados obtidos, verificou-se que o Ribeirão Vermelho e seus afluentes apresentam forte influência das formas de uso e ocupação do solo constatada pela entrada de matéria orgânica e de nutrientes nos sistemas hídricos por meio do lançamento de esgoto doméstico sem tratamento e pela agropecuária na rede de drenagem da bacia. 
 
Marcio Ricardo Salla, Javier Paredes Arquiola, Néstor Lerma Elvira, José Eduardo alamy Filho, Carlos Eugenio Pereira, Emiliano Silva Costa
No planejamento e gestão de recursos hídricos, são fundamentais e complementares as operações contínuas em estações de monitoramento fluviométrico e a modelagem chuva-vazão. A presença de centrais hidrelétricas na bacia hidrográfica do rio Araguari é um dos fatores que indica a importância de se prever as vazões dos rios a partir do uso de modelos chuva-vazão com parâmetros locais devidamente calibrados. O reservatório da usina hidrelétrica de Nova Ponte regulariza o fluxo em cascata, a fim de otimizar a produção de energia e garantir as demandas superficiais. Esta nota técnica discorre sobre a aplicação da ferramenta computacional EVALHID na modelagem chuva-vazão em quatro sub-bacias situadas a montante do reservatório Nova Ponte. Utilizou-se uma adaptação em Visual Basic do algoritmo Shuffled Complex Evolution method - University of Arizona (SCE-UA) na autocalibração dos parâmetros dos modelos Témez e Hydrologiska Byråns Vattenbalansavdelning (HBV) a partir de uma função objetivo. Foram consideradas três sub-bacias contribuintes a três postos fluviométricos, além do agrupamento de sub-bacias contribuintes ao posto fluviométrico localizado no ponto de afluência do rio Quebra-Anzol ao
reservatório de Nova Ponte. Os melhores ajustes das vazões observadas e simuladas ocorreram nas sub-bacias não agrupadas. Nestas, a função Fméd ficou acima de 0,8 para o modelo Témez e próxima a 0,7 para o modelo HBV. A discrepância da relação Qmáx/Qmín anual nas sub-bacias não agrupadas está
relacionada com a capacidade de armazenamento de água no solo Hmáx (no modelo Témez) e com o limite máximo de fluxo subsuperficial Lmáx (no modelo HBV). Os bons ajustes das vazões, nos meses de poucas chuvas, credenciam tais modelos hidrológicos para serem incorporados na análise de conflitos de uso da água superficial, os quais são potencializados nos períodos de estiagem. 
 
Página: 1  2  3  4  5  6  7  8  9  10  11  12  13  14  15  16  17  18  19  20  21  22  23  24  25  26  27  28  29  30  31  32  33  34  35  36  37  38  39  40  41  42  43  44  45  46  47  48  49  50  51  52  53  54  55  56  57  58  59  60  61  62  63  64  65  66  67  68  69  70  71  72  73  74  75  76  77  78  79  80  81  82  83  84  85  86  87  88  89  90  91  92  93  94  95  96  97  98  99  100  101  102  103  104  105  106  107  108  109  110  111  112  113  114  115  116  117  118  119  120  

PESQUISAR
Artigo:

 
Autor:

 

ABRHidro - Associação Brasileira de Recursos Hídricos